Textor depõe em CPI de Manipulação, e senador vê “indícios suficientes para investigar”

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John Textor, dono da SAF do Botafogo, depôs na CPI da Manipulação de Jogos e Apostas Esportivas, no Senado Federal, nesta segunda-feira, em sessão que tem os senadores Jorge Kajuru (PSB-GO) e Romário (PL-RJ), como presidente e relator, respectivamente.

Os senadores primeiro escutaram John Textor por cerca de 3 horas de sessão. Depois, os envolvidos se juntaram para uma reunião secreta onde o empresário entregou um relatório de 180 páginas. O documento, segundo Textor, tem nomes de pessoas e árbitros envolvidos.

“Deverei respeitar o segredo de justiça, mas tentarei o mais rápido possível trazer a público tudo o que vimos e ouvimos, o que consta no relatório entregue a esta CPI. Chegamos a uma conclusão simples e objetiva. Tivemos conhecimento de diversos indícios, não queremos falar ainda em provas. Não podemos dizer que participamos de mais de uma hora de conversa sem conteúdo, pelo contrário. Não se tratou apenas de o CEO do Botafogo só trazer fatos e indícios pelo seu clube, o Botafogo. Falou de outros jogos, mostrou outras imagens e concluo assim que temos indícios suficientes para investigarmos profundamente. A próxima reunião será na quarta-feira, às 14 horas (de Brasília)”, concluiu o senador Jorge Kajuru.

“Estou aqui como um novato. Fui perseguido, suspenso e processado por falar que a manipulação de resultados existe. Não me importo porque preciso trabalhar, tenho tentado trabalhar como dono de um clube e trato de conseguir o sucesso do Botafogo e do futebol brasileiro. Estou aqui para tratarmos do assunto. Esse (manipulação de resultados) é um problema que existe em todos os lugares do mundo, não só nas principais ligas. Acho que ocorre com mais frequência em divisões inferiores”, disse John Textor.

“Nunca fiz uma acusação sobre qualquer clube ou pessoa que não possa estar por trás de manipulação de resultados, como vimos em 2022. A tecnologia em que nos baseamos para provar não nos diz porque o jogo foi manipulado, mas como foi”, seguiu.

Em uma de suas declarações antes da CPI, o norte-americano disse ter “evidências pesadas” de que o Palmeiras vem sendo beneficiado pela manipulação de resultados há, pelo menos, duas temporadas. Depois, em nota publicada em seu site, o empresário, inclusive, afirmou que o Choque-Rei pelo Brasileiro 2023 foi manipulado por jogadores do São Paulo, mas não apresentou provas. Os nomes dos jogadores supostamente envolvidos não foram publicados por John Textor na nota oficial.

Textor também citou a vitória do Palmeiras por 4 a 0 sobre o Fortaleza, pela 35ª rodada do Brasileiro 2022, no Allianz Parque. De forma equivocada, o empresário diz que o resultado “ajudou a garantir” o título, uma vez que o time alviverde já entrou em campo como campeão após o tropeço do Inter contra o América-MG. Segundo o norte-americano, o jogo foi “manipulado por, pelo menos, quatro jogadores do Fortaleza”.

Em novembro de 2023, após a derrota do Botafogo para o Palmeiras, por 4 a 3, no Nilton Santos, pelo Brasileiro, conquistado pelo time paulista. Na ocasião, o empresário afirmou, em tom de protesto, que sua equipe havia sido “roubada” por conta da expulsão do zagueiro Adryelson, em lance polêmico ocorrido quando o duelo estava 3 a 1 para os cariocas.

O dono da SAF do Botafogo também deu declarações indicando possível corrupção na arbitragem. Em março deste ano, após a vitória contra o Red Bull Bragantino, John Textor disse que tinha “juízes reclamando de não terem propinas pagas”.

Fonte: OneFootBall

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