SC Braga-FC Porto, 0-1 Rui Duarte: «O jogo ficou estragado logo no início»

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Técnico do SC Braga abordou a derrota com o FC Porto, jogo que os bracarenses jogaram com menos um desde o minuto 12, após expulsão de Victor Gómez

Após o encontro com o FC Porto, Rui Duarte, treinador do SC Braga, deixou duras críticas à arbitragem. No entender do técnico dos bracarenses, a expulsão de Victor Gómez aos 12 minutos de jogo «estragou o jogo», que se previa «agradável». Ainda assim, diz e reforça várias vezes, tem um orgulho tremendo nos seus jogadores.

Mesmo reduzido a 10 durante muito tempo, há algo a apontar aos jogadores?

– Não podemos apontar nada. Eles fizeram um esforço tremendo, tenho muito orgulho nos homens que tenho, na forma como se entregaram ao jogo… O jogo ficou estragado logo no início. 12 minutos, uma expulsão que não existe. Vejam. O segundo amarelo é ridículo, é uma expulsão que não existe. O jogo ficou estragado aí. Tivemos que alterar, obviamente. O Porto tem uma grande equipa, tivemos que alterar para nos mantermos vivos no jogo e agarrados ao resultado. Sabíamos que não íamos criar tantas oportunidades mas que podia sair uma ou outra com a nossa organização. Foi isso que foi acontecendo, o Ricardo Horta, aos 55′, teve uma oportunidade muito perigosa, para não falar de um lance em que o Ricardo é abalroado na área, não sei se vai ao VAR, sequer. Tivemos numa bola parada a maior chance, quando estava ainda 0-0. Obviamente, o Porto teve mais oportunidades, o Matheus fez 4 ou 5 defesas. Não posso apontar nada aos meus jogadores. Ficou demonstrado que quisemos lutar pela vitória. Fizemos tudo, mas não conseguimos. Ficou uma boa imagem do nosso grupo e o espírito e força como encarámos o jogo.

Sem bola, pediu ao Ricardo Horta que fosse lateral, mas com bola, queria que fosse extremo. Com tudo o que acarreta, não quis abdicar dele nos sítios onde podia fazer diferença?

– Sim, partia um pouco por aí. O Ricardo, sem bola, acabava por ajudar a defender com linha de 5. Se tivéssemos com uma linha de 4, eles iam acabar por encontrar o espaço. O Ricardo fez um grande esforço, como toda a gente, mas ele, obviamente, a fechar a linha, a defender sem bola, e depois, com bola, a solicitar ainda na frente, fez um esforço tremendo. Revela um bocadinho do que é o espírito e caráter destes jogadores. Acho que o jogo merecia um desfecho diferente, principalmente nas suas incidências. Não quero ser castigado outra vez, mas merecia uma forma de conduzir diferente. Tinha tudo para ser um jogo agradável, 11 para 11, íamos ter uma resposta muito firme.

Desde o primeiro minuto, abraçou logo o objetivo do 3.º lugar. Fica alguma frustração?

– Sim, principalmente pela forma como foi. Lutámos muito para chegarmos a este jogo com possibilidades de lutar pelo terceiro lugar. Conseguimos manter toda a gente ligada até ao fim para lutarmos por esse objetivo. Fica, obviamente, um sentimento de frustração, mas, ao mesmo tempo, de orgulho, por aquilo que eles fizeram. Hoje, não dava para mais, devido à forma como o jogo se tornou. Viram, no 11 inicial, que tínhamos uma forma audaz e corajosa. Fomos em busca da vitória. Contra uma grande equipa, volto a dizer, esta expulsão retira-nos do jogo. Agarrámo-nos à organização, adormecendo o resultado, para depois pormos velocidade com o Álvaro [Djaló], o Rony [Lopes] o [Simon] Banza e quem entrou ajudou bastante, para criarmos uma ou outra situação de golo, que por pouco não aconteceram. Tenho um orgulho imenso nos meus jogadores, fica o sentimento de frustração.

Em dois meses, viveu momentos felizes, momentos tristes no ponto de vista pessoal. Que notas leva desta experiência de dois meses de treinador principal do SC Braga?

– É verdade. Passei, e continuo a passar, por momentos difíceis. Só eu sei, eu e a minha família, como nos aguentámos. Nunca perdemos o rumo do que queríamos, focados a 100% para tentar levar o objetivo coletivo e do clube, pondo a minha tristeza, mágoa… de forma a abstrair-me um pouco do que me acontecia. Foi difícil, mas tenho de seguir em frente, principalmente pelo meu filho, que já não está cá, porque ele tinha uma alegria enorme pelo futebol, pelo pai, pelo irmão, pela mãe e só assim é que fazia sentido eu continuar. Desistir, nesta fase da minha vida… ele não se ia sentir orgulhoso do pai. Por isso, tenho força para continuar, a minha esposa tem força para continuar, o meu outro filho tem força para continuar, de forma a podermos homenageá-lo todos os dias.

Fonte: A Bola

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