«Onde vai um…. vão todos»

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Sporting regressa a Famalicão, local onde Rúben Amorim disse frase que se tornou viral… E já esta época voltou à carga

Rúben Amorim estava longe de imaginar que um simples desabafo se iria tornar viral. Se tornasse até num slogan adotado por todo o universo leonino. Aglutinava vontades, enchendo de orgulho todos os sportinguistas, e também gatilho para o que restava de uma época que terminaria em festa do Marquês, palco do qual os leões andavam ausentes há 19 anos. Que frase foi essa? Dirá o leitor que é uma pergunta de retórica, tão forte o impacto, tão mediatizada e replicada que foi: «Onde vai um… vão todos.» 

Frase proferida por Rúben Amorim no final do jogo em Famalicão, 9.ª jornada da época 2020/21, onde o Sporting empatou a dois golos, a 5 de dezembro de 2020. «Caldeirada» era a machete de A BOLA do dia seguinte. Porque foi um jogo que acabou em polémica, confusão no túnel e muitas queixas leoninas. Mas vamos por partes. 

O primeiro momento tenso do jogo aconteceu devido a uma entrada dura de Matheus Reis sobre Puma mesmo em cima do intervalo. Vários jogadores se exaltaram, alguns empurrões e o árbitro Luís Godinho, a mostrar três amarelos. Um deles, claro, a Matheus Reis. E com a cabeça ainda quente, o regresso aos balneários foi algo agitado entre jogadores e membros do banco das duas equipas. 

O caldo, no entanto, só entronou na parte final do jogo. Para percebermos o contexto, o Sporting estava a vencer 2-1 aos 80 minutos — com golos na 1.ª parte de Pedro Gonçalves e Pedro Porro, tendo Gustavo Assunção marcado o dos minhotos. Aos 80 minutos Pedro Gonçalves vê o segundo amarelo e foi expulso, nove minutos depois o Famalicão empatou, por Jhunata Robert. Recorrendo à fórmula Coates a ponta de lança, os leões voltaram a tirar proveito do seu talismã nessa época e o central leonino marcou aos 90 minutos, golo que daria a vitória. Daria porque, alertado pelo VAR, o árbitro Luís Godinho entendeu que o capitão leonino fez falta. 

De uma vitória suada a um empate penalizador, segundos em que Rúben Amorim protestou, protestos pelos quais foi expulso. No final do jogo admitiu até que naquele carrossel de emoções, numa decisão da qual discordou, nem se lembra do que disse ao árbitro. O presidente Frederico Varandas e o diretor desportivo Hugo Viana confrontaram o árbitro, no final do jogo, no túnel de acesso aos balneários. Varandas que, depois, disse aos jornalistas: «Este golo jamais seria anulado aos nossos rivais». 

Vários jogadores estavam envolvidos em pequenas escaramuças e Rúben Amorim teve de se meter na confusão para os defender. É neste contexto que lhe saiu na conferência de imprensa o «onde vai um, vão todos». «Não foi uma frase pensada, saiu-me no momento», frisou ontem Rúben Amorim, precisamente na conferência de imprensa de antevisão ao jogo em Famalicão. Indo ao encontro do que tinha dito duas semanas após o atribulado jogo de Famalicão. «Foi mesmo a reação de todos os jogadores. No fundo não foi o treinador que disse aquela frase, foram eles que a proporcionaram…» 

A frase encontrou rastilho fértil no sentimento de revolta pela arbitragem e no orgulho dos sportinguistas, ainda líderes mas com maus presságios. No dia seguinte, as redes sociais dos jogadores eram os primeiros retransmissores do «onde vai um, vão todos». Depois, das tarjas nas bancadas, a colunas de opinião batizadas com esse nome, passando até por temas musicais, como o de Jonny D, e merchandising, a expressão ganhou vida própria. Até hoje. 

O regresso a Famalicão nem sequer chega a ser pretexto para ser evocada. Porque a expressão nunca mais saiu da boca dos sportinguistas, #ondevaiumvaotodos. 

Já esta época, Rúben Amorim usa uma outra frase que, não tendo ganho a mesma repercussão, acaba por ter impacto. Aconteceu no rescaldo da derrota em Guimarães, mormente reagindo a um empurrão a Nuno Santos nos minutos finais por um membro do staff vitoriano: 

«Houve um pequeno problema com um apanha bolas, depois houve uma pessoa do clube que chegou lá e empurrou um jogador do Sporting. Isso já aconteceu noutros campos, como no Dragão, não podemos deixar isso acontecer. Fomos defender o Nuno Santos. Os jogadores do Sporting não vão admitir mais nenhuma vez que alguém empurre um jogador do Sporting. E se tivermos de ir todos para a confusão, vamos todos para a confusão, não há problema nenhum», resumiu Rúben Amorim.

No fundo, onde foi um… foram todos.

Fonte: A Bola

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