Villas-Boas quer acelerar o processo e apresentar o novo treinador nos próximos dias; Ex-adjunto procura agora formar equipa técnica, em articulação com Zubizarreta e Jorge Costa; «Sempre fui leal», diz Conceição na despedida
Encerrado o capítulo Sérgio Conceição, que aceitou rescindir amigavelmente com o FC Porto, André Villas-Boas canaliza já as suas atenções no sucessor. O eleito é Vítor Bruno, homem que acompanhava o ex-técnico na função de treinador adjunto há vários anos, desde quando ambos estavam ao serviço do Olhanense.
O novo presidente quer, portanto, acelerar o dossiê Vítor Bruno e apresentar o novo técnico principal ainda no decorrer desta semana, até porque ainda há várias arestas a limar no que concerne à planificação da equipa técnica, que será idealizada em articulação com Andoni Zubizarreta e Jorge Costa, e no que diz respeito à constituição do plantel versão 2024/2025.
De resto, André Villas-Boas já esteve reunido com o novo treinador para os dois traçarem, em conjunto, as linhas mestras da nova temporada.
Apenas depois da definição dessa pasta, que engloba a escolha dos adjuntos que acompanharão Vítor Bruno no banco, o FC Porto vai avançar mais concretamente para a definição do plantel: entradas de reforços, saídas de excedentários, eventuais empréstimos ou até mesmo a promoção de jovens talentos para a equipa principal só serão assunto quando a poeira assentar no Dragão.
Depois de comunicada a saída do FC Porto, Sérgio Conceição recorreu ontem às redes sociais para deixar uma mensagem aos adeptos dos dragões, com a garantia de que começa agora «uma nova era» no emblema azul e branco: «Acompanharei de longe, mas de perto no coração. Serei mais um de vós a torcer, a respeitar este símbolo, independentemente de quem o estiver a usar», sublinhou.
O técnico fala de um «fim de ciclo», que teve início em 2017 e finaliza agora, em 2024, com 11 títulos conquistados para o museu do clube.
«Termina hoje um ciclo. Um ciclo que começou há mais de 30 anos, quando o meu pai me trouxe até à porta do Estádio das Antas para iniciar a maior viagem da minha vida. Os 120 km que separam Ribeira de Frades do que é hoje o Dragão pareciam um mundo. Mas o meu mundo, pelas portas deste clube, tornou-se bem maior, e levou-me a mim, à minha profissão, à minha família, a lugares que nunca imaginaria», frisou.
Conceição recorda ainda que o historial nos dragões começou há mais de 30 anos: «Desde 1991 que conheço o FC Porto, e que o FC Porto me conhece. Não fui sempre o mais fácil, o mais bem-humorado. Mas fui sempre frontal, leal, e fiel tanto ao clube como a cada uma das pessoas com que me cruzei aqui. Presidentes, treinadores, jogadores, roupeiros, pessoal da cozinha (aproveito para mandar um beijinho à Fatinha, que tão bem me acolheu quando aqui cheguei, com 16 anos), tratadores de relva, staff da SAD, apanha-bolas. Sempre fui leal a cada um de vós, e sempre tiveram para comigo essa mesma atitude», vincou o treinador, antes de lembrar o palmarés que alcançou no FC Porto.
«O que fica são os títulos, as amizades, as horas passadas no Olival, os jogos grandes, os grandes jogos, as vitórias, as derrotas, as conquistas e os festejos. Foram 17 títulos que festejámos juntos, desde 1991. Começa agora uma nova era no FC Porto. Acompanharei de longe, mas de perto no coração. Serei mais um de vós a torcer, a respeitar este símbolo, independentemente de quem o estiver a usar. Para sempre um de vós», rematou, assinando a mensagem.
Fonte: A Bola
