Em mais episódio que embaraça o país, rodado no estrangeiro, os jogadores da selecção nacional de futebol iniciaram uma greve em Portugal, ameaçando não se fazerem ao jogo desta segunda-feira com a Nigéria, inserido na Data-FIFA e no estágio pré-competitivo que efectuam naquele país europeu.
Depois do escândalo na Argélia, no CHAN, os jogadores exigem agora da Federação Moçambicana de Futebol (FMF) o pagamento de USD 600 de “pocket money” para a referida partida.
Falando ao “RM Desporto”, o Secretário de Estado de Desporto, Carlos Gilberto Mendes, adjectivou de “vergonhosa” esta posição tomada pelos jogadores, apontando, por outro lado, que “sejam responsabilizados os culpados por esta situação.”
A verdade, nua e crua, manda dizer que nem mesmo às recomendações deixada sficar pela Comissão de Inquérito criada pela Secretaria de Estado de Desporto para averiguar o escandaloso episódio registado na Argélia coloca fim ao ambiente de crispação entre a FMF e os jogadores da selecção nacional. Mais: a “casos” que mancham a imagem de Moçambique no concerto das nações futebolísticas. E isso tira sono à trémula Secretaria de Estado de Desporto que tem mais uma “batata quente” para gerir e evitar uma gazeta a um jogo reconhecido pela FIFA.
“Em anos anteriores as mesmas selecções ficavam dois a três anos sem receber a devida premiação e de repente radicalizam as posições. Tem que ser apurado o que se passou e tirar daí as consequências, não podemos continuar a passar a mão na cabeça em nome de serem insubstituíveis quer dos atletas quer dos dirigentes”, frisou Gilberto Mendes em declarações ao RM Desporto.
Mendes lamenta aquilo a que considera serem actos mais concentrados no futebol do que propriamente nas outras modalidades.
“Estes incidentes só atrapalham o grande objectivo que é um dia conquistarmos um CAN. Temos campeões africanos e campeões mundiais no nosso país e, muitos deles, com valores por receberem e nunca enveredaram pela greve e sempre souberam honrar a camisola do país”.
Qual homem resignado, Gilberto Mendes disse que “não sei o que se passa, não sei o que está a acontecer, não sei de quem é a culpa por este imbróglio”, vou procurar saber o que se terá passado, mas não podemos ter uma alegria por um pódio no futebol feminino e depois ter uma mancha deste tamanho na Selecção A”.
O Secretário de Estado de Desporto lamenta ainda o facto da contestação dos jogadores ter tido como palco, outra vez, uma nação estrangeira. “Nós temos que saber como e onde colocar as nossas preocupações, neste momento estamos envergonhados como Nação Moçambicana devido a esta greve que acontece no estrangeiro e acontece numa altura em que acabávamos de vencer a selecção angolana e em Angola devemos estar a ser motivo de chacota”, lamentou.
Fonte:O País