Como Taylor Swift deu nova vida à NFL

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Relação da cantora com Travis Kelce, dos Kansas City Chiefs, domina atenções e já levou a audiência histórica entre mulheres

No domingo à noite, já madrugada de segunda-feira em Portugal, os San Francisco 49ers foram a Detroit eliminar os Lions e juntaram-se no Super Bowl aos Kansas City Chiefs, que horas antes tinham vencido os Ravens em Baltimore. É a reedição da final de 2020 entre um dos mais históricos clubes da NFL (os 49ers, que com cinco títulos ficam apenas um atrás de New England Patriots e Pittsburgh Steelers) e o mais dominador da década (os Chiefs vão ao Super Bowl pela quarta vez em cinco anos).

E, no entanto, todas as conversas nos programas da manhã nos Estados Unidos, no dia seguinte, eram sobre Taylor Swift, e se a cantora ia ou não conseguir estar no jogo de Las Vegas, a 11 de fevereiro.

A NFL foi tomada de assalto pela onda Taylor Swift esta época, depois de ser conhecido o namoro da cantora com Travis Kelce, jogador dos Kansas City Chiefs, e de ela própria ter começado a aparecer em alguns jogos (sobretudo em casa) do namorado, partilhando camarote com a família do tight end e com outras namoradas e mulheres de jogadores.

E dificilmente o campeonato profissional de futebol americano poderia ter encontrado melhor forma de promoção. Taylor Swift é a quarta pessoa mais seguida nas redes sociais no mundo (depois de Cristiano Ronaldo, Selena Gomez e Justin Bieber) e tem fãs extremamente entusiásticos, quase a roçar o fanatismo. A repentina ligação à NFL – ajudada pela forma como Travis Kelce tem falado da relação no podcast New Heights, que mantém com o irmão Jason, também ele jogador (dos Philadelphia Eagles, derrotados no Super Bowl do ano passado… pelos Chiefs) – despertou novo público para o desporto, cujas audiências estavam em queda.

Mas este ano, na época regular – e Tay Tay, como é conhecida, só assistiu ao primeiro jogo na terceira ronda –, a audiência masculina subiu 6 por cento e a feminina 9 por cento em relação à época anterior. Mais: entre as mulheres, a NFL teve a maior audiência de sempre desde que começou a ser medida por sexo em 2000. O jogo contra os Buffalo Bills, da primeira eliminatória dos play-offs, atingiu recorde de audiência média de 50,4 milhões de espectadores – jogo equivalente dos Chiefs na época anterior, contra os Jacksonville Jaguars, ficara-se pelos 34,3 milhões.

É impossível garantir com certeza que todo o impacto na recuperação da NFL venha de Taylor Swift, mas há outros dados mensuráveis. Segundo Eric Smallwood, presidente do grupo de marketing Apex, em declarações ao Front Office Sports, Swift gerou 331,5 milhões de dólares (306 milhões de euros) em valor de marca para os Kansas City Chiefs, medindo as menções à cantora em redes sociais, informação digital, imprensa, rádio ou televisão e calculando o custo que significariam em publicidade.

Também por isso, não surpreende que um dos temas em discussão seja mesmo se Tay Tay vai estar no Super Bowl de dia 11 – tem o último concerto de minidigressão a Tóquio (Japão) na noite anterior, mas a diferença horária joga a seu favor, apesar das 13 horas de voo… Só que, por motivos de segurança, o espaço aéreo na cidade que acolhe o maior evento desportivo dos EUA costuma ser fechado horas antes…

Para os swifties, os fãs mais devotos de Taylor Swift, tudo o que a ídola da pop faz é para ser visto e, se possível, copiado. Por isso, não surpreendeu que Kristin Juszczyk, mulher dum jogador dos San Francisco 49ers que faz roupas personalizadas da NFL para celebridades, ganhasse mais de meio milhão de seguidores nas redes sociais depois de Taylor levar uma camisola da sua autoria a um jogo. Uma loja de Kansas City, onde a cantora encomendou roupa vintage dos Chiefs, viu o volume de negócios aumentar cem vezes no dia a seguir ao selo de aprovação de Tay Tay. E a venda de camisolas de Travis Kelce, com o número 87, disparou 400 por cento esta época.

Se os Chiefs, e os seus adeptos, receberam Taylor Swift e toda a atenção de braços abertos, alguns fãs mais puristas de outras equipas criticam o circo montado, que desvia atenção do futebol. Confrontada com críticas de estar a desvirtuar ou a subverter a NFL, no domingo à noite, enquanto percorria os corredores do estádio em Baltimore, a cantora, sem abrandar o passo, atirou: «Eu não fiz nada!»

Fonte: A Bola

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