BENFICA Kokçu dá murro na mesa: «Desde o início que nunca me fizeram sentir importante»

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Numa grande entrevista à publicação neerlandesa ‘De Telegraaf’, o médio internacional turco do Benfica confessa-se revoltado, não poupa Schmidt e reclama maior protagonismo na equipa

– Os primeiros seis meses de Benfica não estão a ser o que deviam ser?
– Não, não era o que eu esperava. Houve muita coisa que aconteceu no mercado de transferências no verão passado, fiz uma escolha consciente pelo Benfica com a ideia de que este era o melhor passo na minha carreira para me desenvolver ainda mais em todas as áreas. Isso aconteceu apenas em parte.

– Foi compra recorde do Benfica, mas nunca o apresentaram dessa forma. Acha estranho?
– Tive que seguir para a seleção turca imediatamente após contrato. Uma apresentação no estádio? Não, não, tudo foi bastante rápido. Não pensei muito nisso durante o verão e também sou bastante modesto por natureza. Claro que vi como outros jogadores foram colocados em destaque em Portugal e em outros grandes clubes. Isso cria um certo status. Desde o início que nunca me fizeram sentir importante. Nem pelo treinador! Mas não sou o tipo de pessoa que bate o punho na mesa ou faz exigências, mas talvez tenha sido modesto demais justamente pelo papel que ele me deu…

– O que lhe disse Roger Schmidt antes de assinar pelo Benfica?
– Que teria uma função semelhante à que tinha no Feyenoord, onde defini as linhas de passe e os rumos do campo e sempre quis jogar para a frente. Mesmo que eu tivesse de perseguir e derrubar toda a defesa do adversário. Eu seria um jogador importante para ele, o clube também me disse o mesmo. O treinador não precisou de falar muito sobre o que pretendia de mim. Pareceu-me bastante lógico como deveria jogar no Benfica. Eu senti mais: ele [Schmidt] sempre me viu nos Países Baixos, joguei ótimas partidas contra ele, ‘saberá o que fazer com minhas qualidades’, pensei.

– Na primeira metade da temporada, vimos o Kokçu atrás dos adversários mais do que o contrário…
– Sou um tipo de jogador de futebol mais eficiente para uma equipa se me derem liberdade. Quero dar muito mais à equipa. Na temporada do campeonato com o Feyenoord e em todos os jogos europeus com o Feyenoord estive melhor. Mesmo durante o Ramadão, como agora. Isso não me afeta. Schmidt prende-me demasiado a todo o tipo de tarefas [defensivas]. E isso não é necessário se quiseres mesmo rentabilizar as minhas qualidades. Eu consigo encontrar soluções no campo, penso à frente, sou conhecido pelo meu passe em progressão. Mesmo esta época, a estatística sublinha isso mesmo. Ainda posso significar muito mais para o Benfica, talvez seja aí que reside uma parte da minha frustração.

– Foi substituído em diversas ocasiões…
Isso deixou-me com raiva e dececionado. Naqueles exatos momentos, sabia que poderia significar muito para a equipa.

Leia em baixo parte da entrevista de Orkun Kokçu ao jornalista Marcel van der Kraan, editor-chefe do Telegraff.

Fonte: A Bola

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