Unicef supera meta inicial em campanha de vacinação contra a pólio em Gaza

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Mesmo com inúmeros desafios, a primeira fase da campanha de vacinação contra a poliomielite na Faixa de Gaza foi concluída e atingiu 189 mil crianças com menos de 10 anos, superando a meta inicial.

A diretora regional do Fundo da ONU para Infância, Unicef, para o Oriente Médio e Norte da África, Adele Khodr, adicionou que o sucesso se deu apesar de ataques, ordens de evacuação e altos níveis de fome.

Campanha de vacinação mais perigosas do planeta

Ela relata que as famílias se esforçaram para comparecer em grande número aos locais de vacinação porque sabem que “não há tempo a perder”. Adele Khodr adiciona que o risco de a pólio se espalhar dentro de Gaza e para países vizinhos, continua alto.

A iniciativa busca vacinar 640 mil crianças com menos de 10 anos de idade. Segundo a representante do Unicef, esta é uma das campanhas de vacinação mais perigosas e difíceis do planeta.

Adele Khodr reforçou que a Faixa de Gaza já é o lugar mais perigoso do mundo para ser uma criança e, mesmo com uma pausa na pólio, a campanha de vacinação enfrenta graves perigos e obstáculos imensuráveis, incluindo estradas e infraestrutura de saúde danificadas, populações deslocadas, saques e rotas de abastecimento interrompidas.

A diretora regional do Unicef afirma que antes do início do conflito, as crianças tinham uma cobertura de imunização muito alta em Gaza, de mais de 99%.

90% de cobertura vacinal

Nas redes sociais, a Agência da ONU para Refugiados Palestinos, Unrwa, celebrou os avanços da campanha e afirmou que os esforços continuam para fornecer a vacina ao maior número possível de crianças. Por isso aponta a necessidade de respeito às pausas temporárias nas áreas e reforça a necessidade de um cessar-fogo.

A agência lembra que atingir 90% de cobertura vacinal é crucial para interromper o surto de pólio e evitar a propagação do vírus.

Nesta quarta-feira, as equipes da Unrwa estiveram em Deir Al-Balah, na área central de Gaza, para imunizar crianças que estão instaladas em tendas e não puderam ir às unidades de saúde.

Fim do conflito

Na terça-feira, a diretora executiva do Unicef, Catherine Russell, falou na abertura da segunda sessão ordinária do Conselho Executivo da agência. Sobre a situação em Gaza, ela reforçou que mesmo com as imunizações em curso, a campanha precisa de pausas humanitárias sustentáveis e previsíveis para ser bem-sucedida.

Ela adicionou que após quase um ano de violência em Gaza, a “guerra precisa acabar”. Russel avalia que as partes envolvidas no conflito devem concordar imediatamente com um cessar-fogo duradouro, facilitar a libertação segura e imediata de todos os reféns restantes e aderir às suas obrigações de acordo com a lei internacional para proteger as crianças e a infraestrutura da qual elas dependem.

Na tarde desta quarta-feira, o Conselho de Segurança volta a se encontrar sobre o tema. A sessão foi solicitada por Israel, com apoio da França, do Reino Unido e dos Estados Unidos, após a recuperação, em 31 de agosto, dos corpos de seis reféns mortos em Gaza e pela Argélia para discutir os acontecimentos em Gaza e na Cisjordânia.

Fonte: ONU

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