O Sindicato dos Jornalistas e Técnicos de Comunicação Social da Guiné-Bissau (Sinjotecs) apelou aos profissionais para boicotarem as atividades do chefe de Estado, depois do que considera ter sido “mais um triste episódio de sistemáticos insultos do Presidente da República Umaro Sissoco Embaló dirigido aos Jornalistas” no último sábado.Também a Rede dos Defensores dos Direitos Humanos da Guiné-Bissau condenou a atitude do chefe de Estado.O Sinjotecs reagiu, em nota divulgada no domingo, às declarações de Sissoco Embaló com palavrões, ofensas e ameaças a um jornalista numa conferência de imprensa depois da chegada ao país proveniente da China.Para o sindicato, a recorrente “pregação dos adjectivos ofensivos contra os profissionais de Comunicação Social”, revela desrespeito e desconsideração ao valioso serviço público da imprensa.O Sinjotecs insta os profissionais de Comunicação Social em geral “a boicotar todas as atividades do Presidente da República em virtude da defesa de dignidade pessoal e profissional” e exorta Sissoco Embaló “a melhorar a sua conduta social e profissional e, sobretudo, ter um respeito particular aos profissionais de Comunicação Social que promovem e lapidam sistematicamente sua imagem pública”.Por seu lado, a Rede dos Defensores dos Direitos Humanos da Guiné-Bissau também emitiu uma nota nesta segunda-feira, 15, a condenar “o comportamento do Presidente da República que terá proferido termo ofensivo contra um jornalista no seu regresso ao país”.A rede que congrega os defensores dos direitos humanos diz que a atitude de Umaro Sissoco Embaló, é “pouco digna” e chama a atenção do Presidente da República “no sentido de melhorar o seu comportamento e atitude, representar condignamente o Estado e o povo da Guiné- Bissau”.“É recorrente este tipo de comportamento por parte da sua excelência senhor Presidente da República que sempre envereda por ataques aos jornalistas, vilipendiando-os e, muitas das vezes, avançar pelo confronto aos profissionais dessa classe”, continua a nota, lembrando que o chefe de Estado “é autoridade máxima de uma nação e deve ser o símbolo da unidade nacional, pelo que em circunstância nenhuma a sua atitude deve pautar pela ofensa aos cidadãos, ofensa aos profissionais de uma classe e tão-pouco de um jornalista que estava a exercer a sua nobre profissão, de informar ao povo da Guiné- Bissau com informação de relevância para a sociedade em geral”.A rede ainda se solidariza com o jornalista vítima de insulto por parte do Presidente da República e “encoraja toda a classe jornalista em continuar a ser firme na luta por uma imprensa livre e desassombrada de qualquer interesse político”.
Fonte:O País