A convite da Pandora Filmes participamos da pré-estreia de “Uma Família Feliz” em Curitiba, que contou com a presença do elenco, incluindo Reynaldo Gianecchini e Grazi Massafera, além da presença do diretor José Eduardo Belmonte e do roteirista Raphael Montes. Confira a seguir o que achamos do filme que chega dia 11 de abril nos cinemas de Curitiba e já estreou em outras cidades do país.
O enredo
O filme é baseado no livro de mesmo nome de Raphael Montes e acompanha a família de Eva, que acabou de dar à luz a seu terceiro filho e se depara com uma depressão pós-parto em meio a uma vida burguesa supostamente perfeita por todos que a rodeiam. Porém, a tranquilidade que a família transmitia acaba dando lugar a uma série de eventos estranhos após suas filhas aparecerem machucadas. Eva é acusada de bater em suas filhas e começa a sofrer uma onda de retaliação, questionando então quem poderia ser o responsável por tamanha crueldade, já que Eva sabia que não havia feito aquilo.
O roteiro
A produção é baseada em um livro, mas vamos analisar isoladamente o filme em si. “Uma Família Feliz” começa mostrando a família de Eva, que parece ser perfeita, sem problemas e que até causa inveja em amigos e vizinhos por conta disso, nesse momento o longa demora um pouco mais do que o necessário para estabelecer essas características, deixando o filme até com uma certa falta de ritmo. Uma falha que notamos no longa é o fato dele mencionar poucas vezes que as filhas gêmeas são na verdade enteadas de Eva, pois são filhas do antigo casamento de Vicente, essa informação se torna importante no meio da trama, mas não foi dada a relevância que ela merecia.
Após a apresentação da família, o filme começa a focar muito mais na personagem de Grazi Massafera, que interpreta a mãe, a crítica a falta de apoio às puérperas e a tudo que as mães são obrigadas a passarem sozinhas, sem ao menos o apoio do parceiro é forte e concisa. A partir do momento em que os machucados nas crianças são descobertos começa uma caçada entre Eva e Vicente, e é nesse momento que o filme brilha ainda mais.
Ao contrário de “Instinto Materno”, que entrega desde o início quem seria o real culpado dos crimes, “Uma Família Feliz” nos faz questionar quem é o verdadeiro culpado até os últimos segundos do filme, o roteiro tem uma capacidade enorme de enganar o espectador e faz isso de forma incrível. Não vou dar spoilers, mas o final é surpreendente, fazendo qualquer um sair do cinema com gostinho de quero mais.
O elenco
O elenco principal contou com Grazi Massafera no papel de Eva, a mãe, Reynaldo Gianecchini no papel de Vicente, o pai, Luiza Antunes e Juliana Bim como as filhas gêmeas. Grazi ficou conhecida pela sua participação na quinta edição do reality show Big Brother Brasil, a partir daí ela acabou se envolvendo em trabalhos como atriz e apresentadora e se mostrou ser uma profissional incrível, o que só ficou ainda mais comprovado em seu papel em “Uma Família Feliz”, Grazi consegue transparecer o desespero de uma mãe que só quer o bem de seus filhos, mas não sabe como fazer isso, além de representar muito bem as angústias vividas por uma mãe em pós-parto.
Conhecemos Gianecchini pelos muitos papeis como mocinho que o ator já fez em inúmeras novelas da Globo, agora o ator teve que se desafiar e trazer um pouco de seu ar como vilão para a trama, o que fortalece a dúvida do espectador sobre quem é o real culpado pelos machucados das filhas. Já Luiza Antunes e Juliana Bim não ficaram para trás em relação a qualidade de interpretação, apesar de inicialmente você não achar que elas terão tanta importância na trama, você se engana, as cenas principais estão totalmente ligadas às gêmeas que surpreendem com o talento sendo tão jovens.
Nosso veredito
É nítida a qualidade do filme em relação a direção de arte, montagem, trilha sonora, direção, elenco e muito mais. O filme foi gravado na capital paranaense e podemos notar que a paleta de cores a cada cena, os sons e a montagem que trazem um ar de suspense e deixa o espectador confuso contribuem para entregar um suspense melhor do que muitos filmes de Hollywood. Vale a pena conferir “Uma Família Feliz” nos cinemas e apoiar o cinema nacional!
Fonte: Pippoca