X-Men ’97 não poderia ter chegado em um momento melhor. Trazendo uma nova roupagem aos mutantes ao mesmo tempo nostálgica e revigorante, a continuação direta do desenho dos anos 90 está sendo lançada semanalmente toda quarta no Disney+, e já é uma das produções mais bem avaliadas da história da Marvel Studios.
Com a saturação das produções de heróis, o resgate dessa animação traz uma aventura que surpreende e inova na sua história. De volta às mãos da Marvel, a produção é um refresco para o estúdio, que parecia estar vivendo uma escassez de ideias originais.
X-Men foi um dos primeiros quadrinhos populares a se posicionar politicamente e carregar mensagens sobre diversidade, identidade própria e empoderamento feminino. Hoje vamos explorar como o impacto dos heróis ressoa para a comunidade LGBT+ e outras minorias de classe.
Os primeiros episódios de X-men ‘97
A continuação da história dos anos 90 revela uma trégua entre humanos e mutantes após a morte de Xavier, mas grupos extremistas agem nas sombras em nome da intolerância, buscando exterminar e caçar mutantes, considerados por eles uma ameaça para a humanidade.
Eles capturam Roberto da Costa, o Mancha Solar, que é resgatado pelo grupo de Xavier, em um paralelo direto com o primeiro episódio da série clássica, onde Jubileu é perseguida por Sentinelas e também resgatada pelo grupo.
Em uma cena breve, mas marcante, Roberto confronta um dos sequestradores, afirmando: “Eu não pedi por isso, eu nasci assim”, ressaltando sua luta interna e a necessidade de se proteger a qualquer custo daquela situação.
No final do primeiro episódio, descobrimos que Charles Xavier deixou o seu legado por conta do seu parceiro de longa data Magneto, o que de início divide a equipe quanto a confiar ou não no antagonista.
O impacto do discurso de X-Men
A história dos X-Men tem sido uma poderosa metáfora para as experiências das comunidade LGBT+ e de outras minorias, centrada na busca por igualdade. Eles são símbolos de luta, resiliência e união em face da adversidade.
Uma cena breve, mas marcante entre Jubileu e Roberto exemplifica isso perfeitamente, quando ela pergunta: “os seus pais não sabem ainda, não é?”. Essa situação ressoa com muitos de nós que enfrentamos situações semelhantes de busca por aceitação e entendimento.
O discurso impactante de Magneto na ONU sintetiza toda a essência da série. Ele revela a opressão que sofreu na infância e o quanto ela perdurou ao ser caçado quando deu os primeiros sinais de seus poderes sobre-humanos:
“Eu era uma aberração. Nasci mutante, era abominável em nome de qualquer Deus. Existe um refrão na triste canção da história: ‘Pense diferente, ame diferente, tenha o sexo ou a pele diferente e será punido,’ “ diz o mutante.
Enquanto grupo de desajustados, os X-men encontram um lugar onde podem ser eles mesmos com orgulho, assim como muitos membros da comunidade LGBT+ que precisam criar sua própria família, uma família que os aceita. Ter uma animação representando isso é algo muito especial e necessário para os dias de hoje.
Mutante e orgulhoso
Como fã dos X-Men, sempre me encantei com a ideia de uma família de heróis unida por um mesmo diferencial: aqui o de serem mutantes, e orgulhosos disso. Essa ligação especial, combinada com o fato de usarem seus poderes para defender aqueles que os temem, os torna verdadeiros exemplos de honra e nobreza.
Assim como Charles Xavier sonhou com uma sociedade onde humanos e mutantes vivessem em harmonia, os X-Men ocupam um espaço especial ao nos lembrar que as nossas diferenças são o que nos tornam únicos e celebrá-las é o que nos enriquece e nos faz mais fortes.
Em um mundo onde a tolerância e a inclusão são cada vez mais importantes, ao trazer esses assuntos ao mainstream, os X-Men se firmam como uma obra importantíssima, e uma fonte de inspiração e empoderamento para todas as pessoas.
Fonte: Pippoca