Juventude no centro da agenda da ONU para o desenvolvimento de Angola

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Na véspera da Cúpula do Futuro e a Semana de Alto Nível da 79ª Assembleia Geral da ONU, Zahira Virani, chefe da ONU em Angola, destacou a importância dos jovens nas ações da ONU no país.

Em entrevista à ONU News, ela ressaltou iniciativas que conectam juventude e tecnologia para promover o desenvolvimento sustentável, além de parcerias com o governo angolano para fortalecer a paz e combater os efeitos das mudanças climáticas na região. Confira a entrevista:

Luanda, Angola
© Pnud Angola/Cynthia R Matonho

Luanda, Angola

ONU News: Como a ONU em Angola está atuando para impulsionar os temas e a agenda da Cúpula do Futuro? Há pouco tempo vocês tiveram grandes iniciativas com os jovens em Angola. Pode contar um pouco mais?

Zahira Virani: Muito obrigada pela essa oportunidade de falar sobre as nossas atividades aqui em Angola. Estou aqui com muito orgulho, porque nós estamos tentar fazer muitas coisas, especialmente como jovens, porque como sabemos, a África é o continente mais jovem do mundo. Além disso, Angola tem uma população mais jovem em África. Qualquer atividade, qualquer projeto, programa que nós estamos a implementar aqui e Angola tem que tem que ser ligado de uma maneira bastante forte com a juventude.

A Cimeira do Futuro nos dá uma oportunidade bastante interessante para promover essa ideia que é o futuro dos jovens. Mas o futuro é agora também. Então nós temos muitos projetos, muitas atividades.

Por exemplo, temos um projeto muito interessante, que é um projeto conjunto que envolve quatro agências da ONU. Esse projeto está bem ligado com a política da juventude e da tecnologia informática também para promover essa nova geração de desenvolvimento. O projeto pretende passar informações e dar respostas para perguntas que o jovem está ligado com saúde sexual, educação, desenvolvimento e o papel dos jovens, o que podem fazer para desenvolver o país.

Além disso, nós já concluímos há duas semanas uma simulação do dessa cimeira, mas aqui em Angola, juntamente com o Ministério das Relações Exteriores, onde participaram mais de 500 jovens. Foi uma oportunidade para que eles pudessem pensar “o que será o nosso futuro?” ou “quais são as questões importantes para nós?”. E para que os governantes e o povo angolano tenham a oportunidade de ouvir a voz do jovem.

Estamos a fazer muitas coisas ligadas com os jovens e para preparar essa oportunidade, porque daqui a pouco vamos chegar para 2030. 2030 é amanhã! A cimeira vai dar nos um impulso bastante forte para redobrar os nossos esforços, especialmente com a juventude aqui em Angola.

Angola é apontada como exemplo dos efeitos da mudança climática, com quase 7 milhões de pessoas com fome por causa da pior seca em 40 anos
© Unicef Angola/Carlos Louzada

Angola é apontada como exemplo dos efeitos da mudança climática, com quase 7 milhões de pessoas com fome por causa da pior seca em 40 anos

ONU News: Além da questão do uso da juventude, quais são os outros principais temas que o escritório da ONU no país busca tratar dentro desse escopo da Cúpula do Futuro e da Agenda 2030?

Zahira Virani: Em 2024, nós começamos com o nosso novo quadro de cooperação. Esse quadro cooperação é totalmente interligado com o Plano Nacional de Desenvolvimento. Nós queremos trabalhar juntos para que o país do alcance algumas metas que seguem os temas dessa cimeira. Nós temos quatro P’s: paz prosperidade, pessoas, planeta. Eles estão reforçados pela coluna do quinto P, que é de parceria.

Angola está tomar a liderança no continente para promover a paz e estabilidade no continente, na região e no mundo. E nós estamos aqui para viajar com, por exemplo, a Academia Diplomática, para promover e para capacitar uma nova geração dos mediadores das pessoas de juventude que tem esse conhecimento, que estão crescer num país pós conflito, mas num país estável e um país líder. E eles podem ter esse papel de novos mediadores, novos governantes, não só da Angola, mas da região e do continente. E nós estamos trabalhar com ela para promover essa nova geração dos “peacemakers”, como dizem em inglês.

O presidente de Angola, João Manuel Gonçalves Lourenço, discursa no debate geral da 78ª sessão da Assembleia Geral
ONU/Cia Pak

O presidente de Angola, João Manuel Gonçalves Lourenço, discursa no debate geral da 78ª sessão da Assembleia Geral

ONU News: O que mais você destacaria que está sendo feito regionalmente, liderado pela ONU em Angola e pelo governo angolano, para impulsionar o desenvolvimento sustentável, nesse contexto de desafios, especialmente nos países vizinhos a Angola, mas também no continente como um todo?

Zahira Virani: Há um mês que Angola assumiu a presidência do Comunidade de Desenvolvimento da África Austral, Sadc. Mas desde o ano passado, Angola foi bastante forte na liderança, na promoção da paz, segurança e desenvolvimento. Além de tudo isso, por exemplo, o presidente João Lourenço liderou o lançamento de um apelo regional para dar uma resposta a seca que está a afetar quase todos os países da Sadc. Esses países estão a sofrer as mudanças climáticas e os efeitos do El Niño. Neste momento, os países, incluindo Angola, têm milhões das pessoas em insegurança alimentar. Angola liderou o lançamento do apelo regional para mobilizar recursos.

No próximo ano, Angola vai ter a presidência da União Africana. Neste momento, eles estão a elaborar a agenda, que vai incluir, com certeza as questões do desemprego, as questões do crescimento económico no continente. Não só o crescimento económico, mas o crescimento económico inclusivo, Angola sofre muito destas desigualdades e a região também. Não só os Sadc, mas dos Grandes Lagos e da África Central.

Angola está trabalhando em todas essas questões, sob a liderança do presidente João Lourenço, para promover a paz, para promover o desenvolvimento igualitário e para promover a mobilização dos recursos para combater as mudanças climáticas e os efeitos das mudanças climáticas.

ONU News: Tem mais algum tema que você gostaria de destacar? Qual sua mensagem para a semana de eventos na sede em Nova Iorque?

Zahira Virani:  Como já disse em 2030 é amanhã. Já bateu à porta. Angola tem uma batalha bastante forte. É um país sério, é um país líder em África, no continente. E nós estamos prontos para apoiar os angolanos para ficar atuar neste papel de liderança. E não só aqui na região, mas também em Nova Iorque, durante essa semana e em geral. 

Fonte: ONU

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