Condições das empresas do sector privado melhoraram pelo quinto mês consecutivo, o volume de novos negócios continua a aumentar – PMI

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Em Setembro, as condições das empresas do sector privado moçambicano melhoraram pelo quinto mês consecutivo, de acordo com o mais recente PMI® do Standard Bank Moçambique, tendo as empresas continuado a receber maiores volumes de novos negócios. No entanto, um aumento bastante mais lento da actividade empresarial afectou o desempenho, conduzindo a uma menor criação de postos de trabalho e a uma ligeira descida da aquisição de meios de produção. Os menores volumes de compra de meios de produção reduziram a inflação dos preços de aquisição, em Setembro, causando uma aceleração modesta das despesas gerais das empresas. Os preços médios de venda também aumentaram, com uma taxa de inflação ligeira, mas a mais rápida desde Junho. O principal valor calculado pelo inquérito é o Purchasing Managers’ IndexTM (PMI®). Indicadores acima de 50,0 apontam para uma melhoria nas condições das empresas em relação ao mês anterior, ao passo que indicadores abaixo de 50,0 mostram uma deterioração. Tendo descido de 50,9 em Agosto para 50,3 em Setembro, o principal indicador do PMI assinalou uma expansão mais lenta da economia do setor privado no final do terceiro trimestre. O índice situou-se acima do valor neutro de 50,0 pelo quinto mês consecutivo, embora no seu ponto mais baixo neste período. O crescimento foi sustentado por um aumento moderado dos volumes de novas encomendas ao longo de Setembro. As empresas moçambicanas indicaram que a introdução de novos serviços, a expansão das capacidades e a conquista de novos clientes impulsionaram as vendas. 

Com o abrandamento do crescimento da actividade, as empresas moçambicanas registaram um ligeiro declínio na sua actividade de aquisição, o primeiro desde Abril

Numa nota positiva, destaca o PMI, a descida das aquisições contribuiu para um aumento mais lento das despesas das empresas. 

Diz o PMI que, após ter atingido o valor mais alto dos últimos 17 meses em Agosto, a taxa de inflação dos custos gerais dos meios de produção abrandou em Setembro, embora ainda se encontre entre as mais fortes observadas em 2024, até à data, tendo os membros do painel referido preços mais elevados dos materiais e taxas de câmbio desfavoráveis. 

Fáusio Mussá, economista-chefe do Standard Bank Moçambique, comentando os dados e informações geradas pelo inquérito disse que “os dados de Setembro mostram um abrandamento do crescimento na manufactura, no comércio e no sector dos serviços, em geral, e até uma contracção da produção na agricultura e na construção”. “Houve um declínio no sentimento empresarial, medido pelo subíndice de expectativas empresariais para o futuro, que permanece volátil, com os inquiridos a preverem um crescimento mais brando da produção nos próximos 12 meses”. Acrescentou.

Fáusio Mussá, observou que inflação, com o valor mais recente de 2,8% em Agosto, em termos homólogos, deverá estar próxima de um mínimo, considerando o fim do período de desinflação sazonal dos alimentos e a oferta intermitente de divisas que limita as importações de bens de consumo básicos. Afirmou ainda que, “apesar dos cortes das taxas de juro da política monetária desde o início deste ano, tendo a taxa de juro prime de financiamento descido agora para cerca de 20%, as taxas de juro permanecem altas em termos reais e as condições de financiamento mantêm-se restritivas, como demonstrado pelas elevadas reservas obrigatórias e exacerbado pela acumulação de pagamentos de bens e serviços em atraso do Estado, bem como pelos atrasos nos reembolsos do IVA”.  Além disso, disse ele, o endividamento público cresceu rapidamente, limitando o crédito do setor privado. Esta situação, em conjunto com a oferta intermitente de divisas, tem visto o crescimento do crédito à economia manter-se em território negativo desde Novembro de 2023, tendo contraído -4,1% em Julho, em termos homólogos, levando a um investimento limitado do sector privado, à excepção do sector extractivo. O PIB cresceu apenas 3,9% em termos homólogos no primeiro semestre de 2024, baixando do valor revisto em alta de 4,6% no segundo semestre de 2023 e de 6,2% no primeiro semestre de 2023, ambos em termos homólogos. O crescimento do PIB pode abrandar ainda mais.”

Fonte: O Económico

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