A sociedade civil defende que o Governo deve apostar mais no financiamento interno para responder ao HIV/SIDA no país. As organizações entendem ainda que a resposta deve estar focada nos grupos de risco.
O número de novas infecções pelo HIV/SIDA no país continua preocupante. Se por um lado há fraca adesão ao tratamento, por outro, falta financiamento interno para responder à doença, segundo um relatório produzido por organizações da sociedade civil, lideradas pela Iniciativa Regional de Apoio Psicossocial (REPSSI).
“O relatório produzido mostra que o país tem estado a depender muito do financiamento externo, no que diz respeito à questão do HIV e que neste momento, por exemplo, só está a investir 4 por cento, dos 9 por cento que investe na área da saúde, essa é uma situação preocupante”, disse Sílvio Macome, gestor de Programas da REPSSI.
A sociedade civil entende que há riscos de depender de financiamento externo.
“Imaginemos um cenário em que os doadores externos que têm estado a apoiar o país decidam retirar os seus recursos, como é que o país vai ficar? Estamos a assumir que praticamente todo o sistema de saúde está comprometido.”
As mulheres e raparigas dos 15 aos 49 anos de idade são o grupo mais infectado, de acordo com o Inquérito sobre o Impacto do HIV/SIDA produzido pelo Instituto Nacional de Saúde. A sociedade civil explica que uma das razões é o facto de os homens dificilmente aderirem à testagem do HIV/SIDA nas unidades sanitárias.
O relatório da sociedade civil aponta que a resposta ao HIV/SIDA deve focar-se nos grupos de risco mais vulneráveis.
Sílvio Macome falava, esta terça-feira, à margem da apresentação do relatório da sociedade civil sobre a situação do HIV/SIDA no país, no âmbito do Dezembro Vermelho.
Fonte:O País