A Maragra Açúcar SA, propriedade do grupo Illovo Sugar ( maior grupo do ramo em África ) e uma subsidiária da Associated British Foods plc ( segunda maior empresa do ramo no mundo ), recusa - se a melhorar as remunerações dos seus trabalhadores moçambicanos. A multinacional, que em 2015 obteve receitas superiores 593 milhões de rands em Moçambique, e lucro de 24,6 milhões de rands, decidiu ignorar o aumento salarial de 10,4 % decretado pelo Governo de Filipe Nyusi para os trabalhadores da Agricultura e propôs - se a reajustar só em 10%. Além dos trabalhadores do canavial, que representam 70% da sua força de trabalho, a Maragra Açúcar SA emprega um significativo número de moçambicanos na sua fábrica, onde transforma a cana em açúcar, mas recusa - se a remunera - los como trabalhadores da indústria transformadora equiparando - os ao sub - sector de panificação. Os mais de 4 mil trabalhadores agrícolas da Maragra Açúcar SA auferem uma remuneração de 3.360 meticais, contra os 3.642 meticais aprovados pelo Governo, enquanto os operários da fábrica ganham 4.040 meticais, muito abaixo dos 5.965 meticais que poderiam receber se estivessem avaliados como do sector da indústria transformadora. Face ao agudizar do diferendo a direcção da Maragra Açúcar SA chamou a Polícia da República de Moçambique que em vez de proteger usou a força de gás lacrimogéneo e balas de borracha para reprimir os grevistas. Representantes da Organização dos Trabalhadores de Moçambique e do Ministério do Trabalho, Emprego e Segurança Social tentavam, até ao fecho desta edição, aproximar a direcção e os trabalhadores da Maragra Açúcar SA.