Os investidores parecem ter perdido interesse na Dívida Pública interna de Moçambique, no último leilão de Obrigações do Tesouro 2017 da 3ª Série o nível de subscrição foi de apenas 45 %. “ A baixa procura pode refl ectir receio de que a limitada capacidade fi nanceira leve o Governo a não honrar também com os seus títulos internos, visto que este tem falhado pagamento em relação a títulos externos ” comentou ao @Verdade Fernanda Massarongo Chivulele, economista moçambicana. Devido ao corte do apoio financeiro do Fundo Monetário Internacional e da ajuda dos países doadores, desde que descobriram a extensão dos empréstimos ilegais contraídos pela Proindicus e MAM, o Governo de Filipe Nyusi tem estado a financiar - se com dívida interna. Acontece que os investidores que tem comprado as Obrigações do Tesouro parecem ter perdido a confiança na capacidade do Estado honrar os seus compromissos, afinal tem estado a dar calote aos investidores da Dívida Pública externa desde o ano passado. O recente relatório do Banco Mundial constata que “ a quota de financiamento através de títulos do tesouro desceu, devido à diminuição da procura provocada pelo agravamento das dificuldades financeiras do governo. No mais recente leilão, as obrigações do tesouro alcançaram uma taxa média de 28,3 %. Efectivamente a Sessão Especial da Bolsa, realizada no passado dia 22 de Maio, destinada ao apuramento dos resultados da subscrição das Obrigações do Tesouro 2017 da 3ª Série registou uma procura global “ de 1.111. A economista moçambicana e investigadora do Instituto de Estudos Sociais e Económicos ( IESE ), Fernanda Massarongo Chivulele, que tem estudado a evolução da Dívida Pública interna, explicou ao @Verdade que a fraca “ procura de títulos do Tesouro não surpreende numa altura em que o Estado enfrenta uma crise de liquidez.