Inhaminga continuaria a ser uma vila de Cheringoma como tantas outras do país inteiro, não fosse ter registado o nascimento de um dos grandes autores moçambicanos : Ungulani Ba Ka Khosa, pseudónimo que Francisco Esaú Cossa encontrou na tradição familiar para se apresentar ao mundo como escritor. Naquele distrito Chico não ficou muito tempo. Na capital provincial, o “ puto ” de Elias Cossa termina o ensino secundário. Três anos depois de chegar a Quelimane, em 1977, Chico é abrangido pelo movimento 8 de Março e regressa a Maputo para tornar - se professor na Universidade Eduardo Mondlane. O novo “ stor ” foi colocado pelo Ministério da Educação no Niassa e, em Lichinga, lecciona a disciplina de Geografia na Escola Secundária Ngungunhane. Mas Niassa foi ainda marcante porque lá o futuro escritor conheceu um aluno seu, com quem mais tarde fundou a revista “ Charrua ” : Armando Artur ; em Niassa, Francisco revelou os seus dotes de basquetebolista ; em Niassa, por acaso ou não, estando a leccionar na Escola Ngungunhane, o professor apropriou - se de um contexto que o tornaria um bom escritor ao inserir na sua narrativa aquela figura real que oscila entre o herói e o vilão. Na “ Sibéria moçambicana ”, Francisco tornou - se Cossa e Ungulani. No início de 1980, com a esposa Judite e a filha no colo, Ungulani regressa mais uma vez a Maputo, onde faz o Bacharelato do ensino de História e Geografia, e passa a ensinar na escola Secundária Francisco Manyanga, enquanto membro da Comissão Nacional de Apoio Pedagógico no MNED. Sem hesitar, ele próprio entrou para História ao tornar - se o maquetizador dos primeiros dois ou três números.