De Janeiro a esta parte, uma pessoa morreu e outras duas foram feridas, como resultado de ataques de animais ferozes no distrito de Cheringoma, província de Sofala. O problema preocupa as comunidades e as autoridades locais.Recentemente, um menor foi atacado por um Búfalo, quando, na companhia de dois amigos, afugentava macacos que tinham invadido uma área de cultivo. “Com recurso a paus e pedras corremos com os macacos. De regresso a machamba, vi um Búfalo, que vinha em minha direcção. Corri enquanto gritava por socorro, mas o animal era mais veloz que eu, então, em pouco tempo, me alcançou, e com os chifres desferiu-me um golpe, que me lançou para longe. O Búfalo seguiu-me e voltou a desferir mais dois golpes, e, por fim, seguiu o seu caminho”, conta a vítima.O adolescente ficou gravemente ferido, e foi levado ao hospital distrital de Cheringoma. William Barriqueto, director distrital de Saúde, em Cheringoma, garante que, no momento, a vítima está fora de perigo.“O conflito homem-animal acabou culminando com uma lesão na parte interna da coxa esquerda, o que resultou numa ferida incisa, profunda, com mais de 10 centímetros. O jovem teve também algumas escoriações na parte da cabeça, e teve também uma teve ferida incisa na nuca”, explicou.Neste ano, este é o terceiro caso de conflito homem-animal em Cheringoma, e um deles culminou em óbito. Estes conflitos têm preocupado as comunidades e as autoridades distritais. O director distrital de Saúde avançou que estão a ser levadas a cabo, junto com parceiros, campanhas para sensibilizar a comunidade sobre essa situação, visto que, muitos vivem em áreas onde são obrigados a compartilhar o espaço com animais selvagens.Ainda naquele distrito, os casos de crimes ambientais tendem a diminuir. No primeiro semestre deste ano, foram registados sete casos. Em 2023, foram tramitados 21 processos, contra 37, em 2022, segundo o Juiz presidente de Cheringoma.“O que está influir de forma directa para que os crimes diminuam são vários factores, mas posso destacar a questão da sensibilização as comunidades, em relação as questões que têm a ver com o meio ambiente. Uma outra situação está relacionada ao reforço da fiscalização, por parte dos fiscais do Parque Nacional de Gorongosa”. Refira-se Cheringoma tem mais de 22 mil habitantes distribuídos numa área de 9 mil km quadrados, e cerca de metade desta área faz parte da zona tampão do Parque Nacional de Gorongosa.
Fonte:O País