Mbappé, o “luxo à francesa”

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“Mbappé tem um claro posicionamento no exclusivo, no luxuoso. E o Real Madrid representa o luxo no mundo do futebol”, ilustrou à EFE, o especialista em marketing esportivo Vincent Chaudel.

A marca de alta costura, Dior, a de malas de alta gama, Rimowa, além dos relógios, Hublot, correspondem à imagem do “luxo à francesa”, à qual o atacante francês quer se associar.

Mbappé começou com a Dior, que primeirocolaborou com a equipe do PSG. Logo após, o jogador emprestou sua imagem à marca de perfume ‘Sauvage’.

As marcas da LVMH – considerado o maior grupo de produtos exclusivos do mundo, dirigido pelo magnata Bernard Arnault-  também fazem parte do conglomerado de luxo que o novo jogador merengue está vinculado. Mbappé tem, ainda, um contrato com a Nike (desde 2006) e com marca de óculos de sol estadunidense, Oakley.

“Está claro que sua estratégia é a de qualidade antes que quantidade. Prefere menos contratos, mas melhor remunerados”, acrescentou o analista, comparando os 70 patrocinadores que tem seu antigo companheiro de PSG, Neymar.

Mbappé, que aos 25 anos é considerado o jogador mais valioso do momento, ainda está abaixo em receitas de marketing em relação aos dois jogadores mais proeminentes do século XXI, Leo Messi e Cristiano Ronaldo. Ganhar seu primeiro Ballon d’Or, que Messi levantou oito vezes e Cristiano cinco, poderia mudar essa dinâmica.

Atualmente, estima-se que Mbappé ganhe entre 25 e 30 milhões de dólares anuais em patrocínios. Precisamente, um dos obstáculos que teve de ser superado para que sua contratação pelo Real Madrid fosse concretizada, foi a distribuição dos direitos de imagem. Florentino Pérez acabou concordando que fossem divididos 30% para o clube e 70% para o jogador, segundo relata ‘L’Équipe’. O Real Madrid tem o hábito de compartilhar 50% dos direitos de imagem, para jogadores do nível do francês.

Outro atrativo para as marcas é a história de vida de ‘Kyky’. Nascido na cidade de Bondy, no empobrecido departamento de Seine-Saint-Denis, ele encarna o multiculturalismo de uma boa parte da França, com uma mãe do norte da África (Fayza Lamari, da Argélia) e um pai da África subsaariana (Wilfried, de Camarões). “Isso ajuda na sua internacionalização”, estimou Chaudel.

Adidas contra Nike

A chegada de Mbappé voltará a colocar as duas principais marcas esportivas frente a frente. O atacante francês representa a estadunidense, Nike, enquanto o Real Madrid está com a alemã, Adidas. “Ele poderá ser visto na zona mista com o uniforme oficial da Adidas, mas com um boné da Nike”, apontou Chaudel.

“Nada extraordinário”, anotou, “pois já aconteceu algo parecido com Messi (Adidas) durante sua estada no Barcelona (Nike)”. Segundo o analista, essa curiosa simbiose acaba beneficiando as duas marcas.

O especialista em marketing esportivo não prevê que Mbappé faça um desafio ao Real Madrid como fez com a seleção francesa, quando se recusou a ceder sua imagem para certas marcas (de casas de apostas online e de fast food).

“Ali houve um pouco de cinismo, porque se fossem contratos milionários e de centenas de milhares de euros, a história seria outra”, julgou Chaudel.

Se os torcedores franceses lamentam a saída do ídolo, o fisco também. Segundo cálculos da mídia francesa, Mbappé deixou nos cofres públicos franceses 261 milhões de euros em impostos, durante os sete anos de vínculo com o PSG, entre 2017 e 2024.

Fonte: Besoccer

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