A Companhia Nacional de Petróleo de Abu Dhabi (ADNOC) prossegue de forma consistente com a sua estratégia de expansão global, com a aquisição de 35% de participação na ExxonMobil, depois de ter comprado a totalidade da participação da Galp no projecto de gás natural da Bacia do Rovuma, em Moçambique. Tratam-se de movimentações que não só consolidam a ADNOC como um dos principais actores no sector energético mundial, mas também reforçam a relevância de Moçambique no cenário global do gás natural liquefeito (GNL).
Analistas do sector consideram que a transacção da ADNOC para adquirir 35% da ExxonMobil representa um importante evento para ambas as empresas. A ADNOC tem estado a reforçar a sua posição no sector energético, numa altura em que o mercado global de hidrocarbonetos se encontra em transformação. A aquisição irá permitir à ADNOC aceder a novas tecnologias e experiências de ponta, reforçando o seu portefólio global e ampliando o seu alcance para novos mercados, segundo fontes próximas do negócio, avançadas pela Reuters e pela Bloomberg.
A ExxonMobil, por seu lado, está a adoptar uma abordagem estratégica ao ceder parte da sua participação, ao redireccionar capital para investimentos mais focados em energias renováveis e tecnologias de baixo carbono, áreas em que a empresa tem vindo a aumentar o seu investimento em resposta à pressão internacional por soluções mais sustentáveis.
Para Moçambique, a aquisição da totalidade da participação da Galp pela ADNOC no projecto de gás da Bacia do Rovuma representa um desenvolvimento importante. A Bacia do Rovuma é uma das maiores descobertas de gás natural do mundo e tem sido vista como um dos maiores pilares do crescimento económico do País. A Galp optou por vender a sua participação no projecto como parte de uma estratégia de desinvestimento em certos activos, permitindo à ADNOC aumentar a sua presença num dos maiores projectos de gás natural de África, numa operação que reitera o compromisso da ADNOC em expandir as suas operações de GNL, especialmente num momento em que a procura global por gás está a crescer, impulsionada pela transição energética.
A entrada da ADNOC no projecto da Bacia do Rovuma oferece várias oportunidades para Moçambique. A ADNOC é conhecida pela sua vasta experiência em operações de grande escala, o que pode ajudar a acelerar o desenvolvimento das infra-estruturas necessárias para a exploração e exportação de gás natural.
De acordo com analistas citados pelo “Financial Times”, a presença de uma empresa de grande dimensão como a ADNOC pode atrair outros investidores e parceiros internacionais, o que seria benéfico para Moçambique.
Impacto no Mercado Energético Global
Estas duas transacções reforçam a estratégia da ADNOC de diversificar os seus activos e expandir as suas operações internacionais, num momento em que o mercado de energias está a evoluir rapidamente. Com as pressões crescentes para reduzir as emissões de carbono, as grandes empresas de energia, como a ADNOC e a ExxonMobil, estão a adaptar as suas estratégias para garantir que permanecem competitivas num futuro onde as energias renováveis e o gás natural desempenharão um papel central.
O mercado de gás natural liquefeito, em particular, está a crescer significativamente, com muitos países a considerar o GNL como uma ponte entre os combustíveis fósseis tradicionais e as energias limpas. A aposta da ADNOC no projecto da Bacia do Rovuma posiciona a empresa como um dos principais fornecedores globais de GNL, ao mesmo tempo que reforça o papel de Moçambique como um dos grandes players no sector.
A aquisição de 35% da ExxonMobil e a compra da participação da Galp no projecto de gás da Bacia do Rovuma são dois movimentos estratégicos que colocam a ADNOC numa posição de destaque no sector energético global. Estes desenvolvimentos são igualmente importantes para Moçambique, que se vê agora com uma oportunidade única de alavancar o seu potencial energético e transformá-lo num motor de desenvolvimento económico sustentável.
Com a ADNOC a aumentar a sua presença no país, Moçambique tem a possibilidade de beneficiar da experiência e dos recursos de uma das maiores empresas de energia do mundo, garantindo que o seu vasto potencial de gás natural seja explorado de forma eficiente e que os seus benefícios sejam canalizados para o desenvolvimento do País.
Os Correios da África do Sul (SAPO) perderam 9,2 mil milhões de rands em valor accionista em três anos e enfrentam agora a falência.
Fonte: O Económico