Conectar sectores é a chave para o futuro económico de Moçambique – CTA

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Conectar sectores é a chave para o futuro económico de Moçambique – CTA

Nos últimos anos, Moçambique tem enfrentado o desafio de diversificar sua economia, tradicionalmente dependente de sectores como a mineração e a agricultura. Em uma análise abrangente realizada entre 2017 e 2023, pela CTA, foram mapeadas as interconexões entre os principais sectores económicos do País. Os resultados dessa análise, conforme destacado no “Índice de Robustez Empresarial” (IRE) referente ao segundo trimestre de 2024, apresentado quarta-feira, 14/08, em Maputo, no evento “Economic Briefing da CTA”, sugerem que a interligação sectorial não apenas é desejável, mas necessária para sustentar o crescimento económico e assegurar a resiliência do País frente a choques externos.

A integração da indústria transformadora como pilar de crescimento

A indústria transformadora, considerada um dos motores do desenvolvimento económico, tem o potencial de impulsionar a economia moçambicana se adequadamente incentivada. A análise da CTA, vertida no relatório do IRE referente ao II trimestre de 2024, destaca a necessidade de uma melhor alocação de incentivos fiscais, subsídios, e a implementação de programas de cooperação intersetorial que possam fortalecer essa indústria. Em um contexto onde a transformação de matérias-primas locais pode agregar valor significativo à economia, a falta de integração sectorial é um gargalo que precisa ser resolvido com urgência.

Reavaliando a indústria extractiva: Mais que um simples fornecedor

Apesar de ser um dos sectores mais robustos, a indústria extractiva de Moçambique enfrenta o desafio de agregar valor localmente. A análise sugere que políticas de conteúdo local, que incentivem o uso de produtos e serviços nacionais, são cruciais para transformar a indústria extractiva em uma verdadeira força motriz para a economia. Isso exigirá não apenas uma revisão das políticas existentes, mas também uma vigilância contínua para garantir que os benefícios do sector sejam amplamente distribuídos.

 

Diversificação económica: Uma necessidade estratégica

A dependência excessiva de qualquer sector económico aumenta a vulnerabilidade de um País a crises globais, como observado durante a recente pandemia e flutuações nos preços das commodities. Promover a diversificação económica, especialmente através do fortalecimento da indústria transformadora, é essencial para evitar os efeitos adversos da “doença holandesa” — um fenómeno onde a valorização da moeda de um país, devido à exportação de recursos naturais, prejudica outros sectores da economia.

 

Infraestrutura e cooperação: Bases para o desenvolvimento sustentável

Um dos maiores desafios para a integração sectorial é a deficiência na infraestrutura de transporte e logística. Investir em estradas, pontes, armazéns e energia, como sugerido pela análise, é fundamental para melhorar a interligação entre os sectores económicos e facilitar o comércio. Além disso, a promoção de plataformas de cooperação entre os setores pode identificar sinergias que, até então, têm sido subaproveitadas.

A formação de clusters económicos que integrem actividades complementares — como agropecuária, indústria transformadora e comércio — pode ser uma solução eficaz para impulsionar a competitividade e a resiliência da economia moçambicana. A implementação dessas recomendações exigirá um compromisso sério por parte do governo, sector privado, e parceiros internacionais, mas os benefícios de uma economia mais integrada e diversificada farão com que o esforço valha a pena.

Fonte: O Económico

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