POUCO mais de 100 investidores abandonaram o país, nos últimos 12 anos, por conta da ocorrência de raptos, uma situação que afecta o normal curso da actividade empresarial, comportamento da economia e provisão de emprego.
“Não estamos a falar daqueles que exerciam cargos de administração, porque se contarmos com esses são muito mais. Estamos a falar daqueles que detinham o capital, os accionistas das empresas. O número não é fixo. A cada rapto há um ou dois que saem do país”, afirmou ontem o presidente do pelouro da Segurança Privada e Protecção Privada na Confederação das Associações Económicas (CTA), Pedro Baltazar.
Em conferência de imprensa, o representante do sector privado referiu que a situação está a desgastar os empresários e contribui para a retracção de investimento para o país.
“Os empresários várias vezes ameaçaram paralisar a actividade comercial. Mas, como líderes, temos estado a gerir estas pressões. O Governo é nosso parceiro e é por isso que optamos pelo diálogo. Em algum momento podemos não conseguir segurar esta pressão”, desabafou.
Segundo Baltazar, os empresários defendem que a solução passa pelo reforço do Sistema de Segurança Nacional, sobretudo no aumento do investimento nas Forças de Defesa de Segurança, bem como na colaboração permanente com o Sistema de Segurança Privada. Acrescentou ainda a necessidade de urgência na operacionalização da Brigada Anti-Raptos.
Mencionou que no corrente mês de Julho foi enviada uma carta ao Primeiro-Ministro, Adriano Maleiane, e ao ministro do Interior, Pascoal Ronda, onde os empresários reforçam a sua posição de ver melhorada a regulamentação específica sobre matérias ligadas aos raptos.
“Criámos o pelouro da Segurança e Protecção Privada, que dentre outras matérias tem dialogado incansavelmente e a diversos níveis com o Governo. Paralelamente, temos auscultado de forma permanente sobre as abordagens que podem ser adoptadas para a erradicação deste mal”, disse.
As últimas tentativas de rapto de empresários ocorreram no último sábado e segunda-feira. Entretanto, a Polícia garante que todos casos estão sob investigação.
Fonte: Jornal Noticias