MOÇAMBIQUE pretende melhorar a sua capacidade de resposta ao cancro, através da absorção de mais especialistas em Oncologia.
Neste contexto, serão contratados oito oncologistas, metade dos quais destinados à capital do país, aumentando o número destes profissionais para 10, eoutros dois para a cidade da Beira, em Sofala, sendo os restantes para Nampula.
O dado foi partilhado ontem, em Maputo, por Satish Tulsidas, do Serviço de Oncologia do Hospital Central de Maputo (HCM), durante o I Simpósio de Cirurgia,falando do ponto de situação da quimioterapia no país.
A disponibilidade de mais profissionais especializados, segundo Tulsidas, vai reduzir a pressão nas unidades sanitárias, visto que, por exemplo, na cidade da Beira não há um oncologista sequer. O atendimento é feito por um médico de cirurgia geral.
Referiu que a transferência de pacientes para o Serviço de Oncologia do HCM tem pressionado sobremaneira a unidade, que conta com apenas 28 camas e 20 cadeiras para a quimioterapia, ocupadas diariamente.
Para além da absorção de mais especialistas, disse serpossível expandir o tratamento sistémico do cancro pelo país, ajustando os profissionais de cirurgias gerais para cirurgiões oncológicos.
Reconheceu ser urgente melhorar a disponibilidade de meios de diagnóstico um pouco por todo o país, de fármacos para o tratamento da doença e a adequação das infra-estruturas para o melhor acolhimento dos pacientes.
Na unidade de Oncologia são atendidos doentes com cancro da mama, cabeça, pescoço, esófago, Sarcoma de Kaposi, entre outros.
Por sua vez, Gudo Morais, director dos Serviços de Radioterapia no HCM, destacou que desde a introdução deste tipo de tratamento, em 2019, foram atendidos mais de 1500 doentes, sendo que 80 por cento foram curados.
Dados do sector da Saúde apontam que pelo menos 26 mil moçambicanos padecem desta doença, cuja pespectiva de cura é muito maior quando diagnosticada na sua fase inicial.
Fonte: Jornal Noticias