DP World planeia investimento de 3 mil milhões de dólares em portos africanos até 2029, Porto de Maputo irá absorver US$ 1,1 mil milhões de dólares até 2033

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A DP World acaba de apresentar planos de investimentos orçados em US$ 3 mil milhões durante os próximos três a cinco anos em novas infra-estruturas portuárias em África para fazer face ao crescimento a longo prazo que inclui a crescente procura de exportações minerais críticas.

“O custo da logística e da cadeia de abastecimento em África é muito elevado em relação a outros mercados globais”, o que representa uma boa oportunidade, disse Mohammed Akoojee , CEO e MD da DP World para a África Subsaariana , numa entrevista à Bloomberg Television. O operador portuário está a expandir-se em Dar es Salaam, na Tanzânia, e avaliou recentemente portos na África do Sul e no Quénia para potenciais investimentos.

Oito das 15 economias de crescimento mais rápido do mundo estarão em África este ano, de acordo com o Fundo Monetário Internacional. Isso está a atrair empresas, incluindo a DP World, com sede no Dubai, apesar dos problemas económicos decorrentes da aceleração da inflação, da desvalorização das moedas e dos elevados custos dos empréstimos na região.

O potencial de África deve ser visto a longo prazo e não pela macroeconomia de curto prazo, segundo Akoojee. “É um ciclo e certamente não teve impacto no nosso apetite de crescimento no continente”, disse ele. “Ainda estamos investindo.”

Um mercado em expansão para minerais críticos, incluindo o cobre da Zâmbia e da República Democrática do Congo, está a ajudar a impulsionar a necessidade de maior capacidade logística, disse Akoojee. “Temos visto a procura aumentar nos últimos anos, em grande parte impulsionada por todo o esforço de eletrificação a nível mundial e pela procura de mercadorias como o cobalto e o lítio.”

O investimento em Moçambique será de US$ 2 mil milhões 

A DP World investe em Moçambique através do consórcio Sociedade de Desenvolvimento do Porto de Maputo (MPDC) no qual detém 48.5%. A 15 de Abril de 2003 foi atribuída à MPDC a concessão do Porto de Maputo por um período de 15 anos, com uma opção de extensão por mais 15 anos. Em Junho de 2010 o período de concessão foi estendido por mais 15 anos, e em Fevereiro de 2024 foi concedida mais uma extensão, por mais 25 anos, até 2058, com base num plano de expansão da capacidade portuária, num investimento de US$ 2 mil milhões que inicia em Junho, visando imprimir uma competitividade regional, particularmente a antecipação dos projectos da gigante África do Sul. A adenda assinada recentemente com o Governo de Moçambique, prevê que US$ 1,1 mil milhões de dólares sejam investidos até 2033, altura em que a concessão original deveria terminar.

O Porto de Maputo é de importância estratégica no comércio externo, com destaque para a República da África do Sul, que representa quase 75 por cento da carga movimentada. No ano passado, por exemplo, o porto atingiu um novo patamar no manuseamento de mercadorias, com um recorde de 31,2 milhões de toneladas, representando um crescimento de mais de 16 por cento face a 2022

O MPDC através do seu Plano Director, cujo alcance transcende o ano 2043, perspectiva o crescimento de volumes que podem chegar até as 42 milhões de toneladas por ano em 2033 e 54 milhões de toneladas por ano em 2043.

A capacidade do porto deverá aumentar para 54 milhões de toneladas por ano até 2058, contra 37 milhões de toneladas este ano, conforme a adenda do acordo de concessão. 

Isso inclui a expansão de um terminal de carvão na Matola, próximo de Maputo, para 18 milhões de toneladas por ano, de 7,5 milhões de toneladas. A capacidade anual de transporte marítimo de contentores quase quadruplicará para um milhão de unidades durante o mesmo período.

O Porto de Maputo tem crescido rapidamente nos últimos anos, uma vez que responde à procura da crescente economia de Moçambique e às exportações da vizinha África do Sul.

As empresas mineiras de carvão, crómio e magnetite, têm vindo a enviar volumes crescentes por camião/estrada para Maputo, uma vez que os bloqueios nos caminhos-de-ferro e nos portos da Transnet SOC Ltd, empresa estatal sul-africana, lhes custaram milhares de milhões de dólares em receitas perdidas. São 10 milhões de toneladas de minérios manuseados por ano vindos também do Zimbabwe.

O terminal de viaturas é um dos recentes investimentos do Porto com capacidade de manusear 200 000 viaturas por ano. O volume de exportação de açúcar é actualmente de 8 toneladas por hora.

O porto investiu também em equipamentos, instalando gruas que manuseiam 360 toneladas por hora. Actualmente são manuseados 270 mil contentores por ano, sendo que até ao fim da concessão o número deverá atingir um milhão.

Fonte: O Económico

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