Tudo pode acontecer no Congresso Nacional da Renamo

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A poucas horas do Congresso Nacional da Renamo, que vai decidir quem será o candidato presidencial para as eleições de 9 de Outubro próximo, analistas acreditam que tudo pode acontecer. Com praticamente todos os candidatos à presidência do partido no local, “não é possível saber se a Renamo vai sair mais unida, mas o facto é que um candidato deverá ser conhecido e deve estar à altura de Daniel Chapo”.É opinião de Borges Nhamire que Ossufo Momade não é tão carismático quanto foi Afonso Dhlakama, a quem substituiu após a morte em 2018. Embora a candidatura de Momade à reeleição para a liderança do partido seja pública, o analista acredita que o actual presidente do partido está muito aquém de competir contra o candidato presidencial da Frelimo, Daniel Chapo.“A Renamo tinha tudo organizado para legitimar Ossufo Momade, não por ter substituído Afonso Dhlakama, que é uma tarefa difícil, mas Momade é um pouco atrapalhado. A Frelimo complicou a vida da Renamo, porque a escolha da Frelimo foi uma novidade, na medida em que Chapo nasceu um pouco depois da independência”, disse.Ainda em seu raciocínio, excluindo a possibilidade de reeleição de Ossufo Momade, Borges Nhamire acrescentou que encontrar um candidato adequado não será fácil para a “perdiz”.“A Renamo deve estar com os seus estrategas preocupados, a questionarem: o que vamos fazer agora? Como convencer Ossufo Momade a desistir para se colocar um candidato à altura do da Frelimo?”, reflectiu.Em contrapartida, Hélder Jauana apontou três possibilidades daquilo que o Congresso Nacional da Renamo pode trazer, e, contrariamente a Nhamire, advoga que Ossufo Momade é, sim, uma aposta que pode vir a granjear até a simpatia dos seus concorrentes nestes próximos dois dias de discussão no Alto Molocué.Sobre as divergências no seio do Renamo, Jauana explicou que o facto pode revelar que se trata de um verdadeiro partido democrático, pois, para si, “a ideia de partidos unanimistas é  falaciosa, e um partido não unanimista produz melhor”.  É altura de o partido dar um sinal ao povo.“A Renamo precisa de dar um sinal de que é um partido diferente, é um partido democrático, que tem vários candidatos, e pode dar-se o caso de sair legitimado Ossufo Momade como candidato. E estes outros pré-candidatos podem desistir e endossar os seus votos em Ossufo Momade”.Sobre as outras duas possibilidades, Hélder Jauana acredita que a segunda é “haver uma eleição muito concorrida entre os vários candidatos que apresentaram candidaturas” e a terceira é que “o partido pode pretender passar a imagem de um grande líder em função da sombra causada por Venâncio Mondlane e o silêncio de Manuel de Araújo, não como candidato, mas um silêncio de não se colocar na condição de candidato, e tal silêncio incomoda a liderança”, referiu.Outra hipótese levantada por Borges Nhamire foi sobre o silêncio de Ivone Soares face à postura de Ossufo Momade e sobre a sua candidatura. “Eu penso que Ivone Soares ficou no seu canto a ver as coisas acontecerem e ver seu líder insultar as pessoas e agora apareceu”.Em conclusão, Nhamirre apresentou algumas características que o Congresso Nacional deverá observar. “É o momento de trazer alguém que não é de ruptura como Venâncio Mondlane, mas um candidato de continuidade e de confiança, jovem, e que vai ter uma foto bonita.”

Fonte:O País

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