«Desejo que o Benfica passe um mau bocado»

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Jean-Pierre Papin está de volta ao Marselha e avisa as águias para o duelo desta quinta-feira, em França, da 2.ª mão dos quartos de final da Liga Europa;

Agora com 60 anos e a desempenhar várias funções no Marselha, clube do coração e que representou entre 1986 e 1992 — jogou também Milan, Bayern Munique, Bordéus, para referir apenas os clubes maiores —, Papin não quis comentar em específico a equipa do Benfica e os seus jogadores, mas aceitou falar com A BOLA sobre o duelo da noite desta quinta-feira, da 2.ª mão dos quartos de final da Liga Europa.

O antigo ponta de lança fez uma carreira notável como jogador — 364 golos em 725 jogos, 30 golos em 54 jogos pela seleção da França, uma Taça dos Campeões conquistada pelo Milan em 1993/94, uma Taça Uefa conquistada pelo Bayern Munique em 1995/96… — e por isso conhece muito bem estes ambientes e sobretudo no palco do Velódrome.

«Espero que o Benfica passe um mau momento [risos]. É um jogo muito complicado para ambas as equipas. Mas tentar obter um resultado em Marselha, no Orange Vélodrome, diante de 65 mil pessoas… Vai ser muito difícil para o Benfica. Este golo marcado por Aubameyang na primeira mão [2-1 para o Benfica no jogo da Luz, há uma semana] mantém-nos vivos, um jogo da Liga Europa é disputado com raiva, com coração», antecipa Papin, reforçando o poder que acredita que o estádio do Marselha terá para empurrar a equipa para dar a volta à eliminatória, eliminar o Benfica e seguir para as meias-finais: «A questão nem se coloca, obviamente os adeptos vão pressionar a equipa da melhor forma possível! Estou até convencido de que será o melhor ambiente da temporada porque queremos e devemos qualificar-nos para estas meias-finais. Uma partida dos quartos-de-final da Liga Europa, em Marselha, perante esta multidão incrível, é sempre excepcional.»

Papin vive agora o seu clube de perto e está envolvido na estrutura do futebol da equipa francesa.

«Ocupo duas funções no Olympique de Marseilha, em primeiro lugar sou embaixador do clube, é uma posição que me convém perfeitamente e que me permite representar o OM da melhor forma possível. Em segundo lugar, sou também o treinador da equipa B, o que me permite estabelecer a ligação com estes jovens atletas olímpicos, transmitir-lhes a cultura do OM, a minha experiência e ajudar estes jovens jogadores a progredir», conta-nos.

A terminar, um olhar para o jogo da segunda mão das meia-final, da Taça dos Campeões Europeus de 1989/90 — o Benfica ganhou na Luz por 1-0 com um golo do ponta de lança Vata marcado com a mão, depois do 2-1 para os franceses em Marselha, jogo em que Papin apontou um dos golos.

«Fizemos dois grandes jogos, apesar de termos sido menos bons em Lisboa, foram dois jogos de grande qualidade e ficámos muito frustrados com o resultado. Fomos batidos por um lance com a mão, mesmo que o nosso amigo Vata não queira admitir. Pra mim ele meteu a mão e a TV também disse que ele meteu a mão, cabe-lhe admitir que meteu a mão [risos]. Na altura não existia VAR, o bandeirinha não podia intervir… mas não há arrependimentos excepto não ter podido defrontar o Milan em 1990 [na final, perdida pelo Benfica por 0-1].

Fonte: A Bola

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