O Athletico Paranaense contratou Cuca para substituir o colombiano Juan Carlos Osorio, o que gerou polêmica devido a sua condenação por estupro em 1989, embora essa sentença tenha sido recentemente anulada por falhas processuais.
A contratação ocorreu cerca de dez meses após Cuca ser forçado a renunciar no Corinthians devido à pressão de grupos contrários.
Um tribunal suíço condenou Cuca em 1989 a 15 meses de prisão por estupro de uma menor de idade, supostamente cometido durante uma turnê do Grêmio, quando ele era jogador, mas ele nunca cumpriu a pena.
A sentença foi anulada dois meses atrás pelo Tribunal Regional de Berna-Mittelland (Suíça) por falhas processuais, e o tribunal se recusou a abrir um novo julgamento devido à prescrição do crime.
O Athletico Paranaense ofereceu a Cuca um contrato até dezembro de 2024, um dia após rescindir o contrato com Osorio, apesar de Osorio ter sofrido apenas uma derrota como técnico em dois meses de trabalho.
A contratação de Cuca gerou polêmica imediata, pois, apesar da decisão da Justiça suíça de anular a condenação, grupos feministas argumentam que o treinador nunca foi absolvido das acusações.
Uma das primeiras a reagir foi a deputada Gleisi Hoffmann, presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), que considerou “aterrorizante” a contratação, especialmente quando se comemora a semana da mulher.
Segundo Hoffmann, Cuca estuprou uma criança e nunca pagou por isso, apesar de a Justiça suíça “confirmar que havia sêmen do agressor no corpo da vítima”, em um caso tão “grave e chocante” quanto o dos também jogadores brasileiros Daniel Alves e Robinho, condenados na Espanha e na Itália por estupro.
“Uma pessoa como Cuca deve pagar por seu crime e nunca ocupar cargos de liderança, como o de técnico de futebol, que serve de inspiração e referência para tantas crianças”, afirmou a deputada em uma publicação em suas redes sociais.
Embora tenha sido detido por algumas semanas na Suíça junto com outros três companheiros do Grêmio também condenados pelo estupro, o treinador voltou ao Brasil e nunca cumpriu a pena, então o caso praticamente foi esquecido e não afetou a sua carreira como jogador e técnico.
Mas em 27 de abril do ano passado, apenas uma semana após ser nomeado técnico do Corinthians, Cuca teve que renunciar após protestos de torcedores do clube e de toda a equipe feminina profissional. Desde então, ele não foi contratado por nenhum outro clube, o que interrompeu uma carreira de 25 anos no comando de vários times da primeira divisão no Brasil, com muitos títulos.
Fonte: Besoccer