A guerra na Faixa de Gaza deixou cerca de 37 milhões de toneladas de detritos “no território amplamente urbanizado e densamente povoado”. Poderá levar até 14 anos, sob certas condições, para limpar os escombros, incluindo aqueles de edifícios destruídos.
Em Genebra, o especialista do Serviço de Ação contra Minas das Nações Unidas, Unmas, Pehr Lodhammar, disse que ainda é impossível determinar exatamente o número de engenhos não detonados em Gaza.
Limpeza dos escombros
Lodhammar afirmou que já é sabido que normalmente há uma taxa de falha de pelo menos 10% das “munições de serviço terrestre que são disparadas e não funcionam”. Mas o trabalho completo de limpeza levaria pelo menos 100 caminhões.
A Agência da ONU de Assistência aos Refugiados Palestinos, Unrwa, reiterou um impacto arrasador da falta de acesso humanitário seguro e desimpedido para a oferta de serviços críticos em Gaza, o que torna a ação é impossível.
Os resíduos continuam a acumular-se e a água corrente é escassa. À medida que o clima fica mais quente, o risco de propagação de doenças aumenta em toda a Faixa de Gaza.
Ordens de evacuação
A agência reitera que os cuidados de saúde prestados pelas equipas da Unrwa são essenciais para salvar vidas.
Estima-se que mais de dois terços da população foram colocados sob ordens de evacuação na área desde 7 de outubro, quando tiveram início os ataques do Hamas no sul de Israel seguidos pelos bombardeios israelenses em resposta a esses atos.
Nesta sexta-feira, três especialistas da ONU* pediram passagem segura para a Coalizão da Flotilha da Liberdade, cujos navios partindo da Turquia devem transportar 5,5 mil toneladas de ajuda humanitária para a Faixa de Gaza. Na viagem participam ainda centenas de observadores humanitários internacionais.
O apelo é que à medida que a Flotilha da Liberdade se aproxima das águas territoriais palestinas ao largo de Gaza, “Israel possa aderir ao direito internacional, incluindo as recentes ordens do Tribunal Internacional de Justiça para garantir o acesso desimpedido à ajuda humanitária”.
Os assinantes do pedido são os relatores especiais sobre o direito à alimentação, Michael Fakhri, sobre a situação nos Territórios Palestinos, Francesca Albanese e sobre o direito à Habitação Adequada, Balakrishnan Rajagopal.
*Os relatores especiais e outros especialistas são independentes e não recebem salário por seu trabalho.
Fonte: ONU