O coordenador humanitário da ONU em Gaza, Jamie McGoldrick, afirmou nesta quinta-feira que as pessoas em Gaza estão em meio a uma “luta para sobreviver”. Esta realidade marca um momento em que bombardeios dificultam a entrega de ajuda.
McGoldrick defendeu mais “segurança, acesso e facilitação confiável por parte das forças israelenses” para os profissionais humanitários da ONU que “trabalham duro” para apoiar a população palestina.
Ataques inviabilizam ajuda humanitária
Segundo ele, as responsabilidades de Israel “não terminam quando os suprimentos são entregues na fronteira”.
Na quarta-feira, um veículo do Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, que aguardava para entrar no norte de Gaza, foi atingido por munição real. O incidente foi levado ao conhecimento das autoridades israelenses.
A agência afirmou que, “infelizmente, profissionais humanitários continuam enfrentando riscos ao entregar ajuda vital”. O Unicef adicionou ainda que sem a proteção desses trabalhadores, em acordo com o Direitos Humanitário Internacional, “a ajuda humanitária não chegará a quem precisa”.
Crianças se alimentando de grama
A porta-voz do Unicef, Tess Ingram, relatou a situação de crianças afetadas pela desnutrição em Gaza. Ela compartilhou a história de Omar, de sete anos, que está sendo atendido em um hospital em Deir Al Balah.
Segundo Tess Ingram, o menino passou as últimas semanas “comendo apenas grama”. A porta-voz afirmou que ele está sentindo muita dor e é uma das centenas de crianças sendo tratadas por desnutrição.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse na terça-feira que seu coração está “partido” por saber que muitos muçulmanos em Gaza, Sudão e outros lugares não teriam condições de celebrar na quarta-feira o feriado Eid al-Fitr, que marca o fim do mês de jejum do Ramadã, por causa do conflito e da fome.
Ele disse que “todos os anos, expressa seus melhores votos de Eid al-Fitr à comunidade muçulmana em todo o mundo”, mas que está com o “coração partido” por saber que em Gaza, no Sudão e em vários outros lugares “muitos muçulmanos não puderam comemorar adequadamente”.
Fonte: ONU