Os preços do petróleo estabilizaram na quarta-feira, 03 de Abril, com os investidores atentos às preocupações em torno do fornecimento de petróleo e combustível, após os ataques ucranianos às refinarias russas e o potencial para um alargamento da guerra Israel-Hamas para incluir mais directamente o Irão.
Os futuros do petróleo Brent para Junho subiram 4 cêntimos, para US$ 88,98 dólares por barril, às 05h15 GMT, enquanto os futuros do petróleo americano West Texas Intermediate para Maio caíram 4 cêntimos, para US$ 85,11 dólares por barril.
Tanto o Brent como o WTI subiram 1,7% durante a sessão anterior, atingindo o seu valor mais alto desde Outubro.
Os preços subiram depois de um ataque de drones ucranianos a uma outra refinaria russa, que ameaçava retirar ainda mais da capacidade de processamento do País, reduzindo a produção de gasolina e gasóleo. A Rússia está entre os três maiores produtores mundiais de petróleo e é um dos maiores exportadores de produtos petrolíferos.
Os investidores estão igualmente preocupados com o facto de a retaliação iraniana contra Israel, na sequência de um ataque na segunda-feira, 01 de Abril, que matou militares de alta patente, poder conduzir a perturbações no abastecimento na principal região produtora do Médio Oriente, depois de o Irão ter prometido vingança. O Irão, que apoia as milícias do Hamas que combatem Israel em Gaza, é o terceiro maior produtor da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP).
“As tensões geopolíticas continuam a lançar incertezas sobre as potenciais perturbações da oferta”, disse o estratega de mercado do IG, Yeap Jun Rong, acrescentando que os preços do petróleo continuaram a subir para um máximo de cinco meses, com a tendência a manter-se ascendente.
Para aumentar as preocupações com a oferta, a empresa estatal de energia do México, Pemex, solicitou à sua unidade comercial para cancelar até 436.000 barris por dia de exportações de petróleo bruto este mês, uma vez que se prepara para processar o petróleo doméstico na nova refinaria Dos Bocas, um documento interno analisado pela Reuters mostrou.
As primeiras indicações também mostram que as reservas de petróleo nos EUA, o maior utilizador de petróleo do mundo, estão a diminuir, depois de os comerciantes terem dito na terça-feira, 02 de Abril, que os dados do Instituto Americano do Petróleo relataram que os inventários de petróleo bruto caíram 2,3 milhões de barris na semana passada.
Isso é maior do que a queda de 1,5 milhões de barris prevista pelos analistas numa pesquisa da Reuters.
Os dados dos inventários do governo dos EUA deverão ser publicados nesta quarta-feira, 03 de Abril, às 14:30 GMT.
O painel ministerial da OPEP e dos seus aliados, incluindo a Rússia, conhecido como OPEP+, não deverá recomendar quaisquer alterações à política de produção de petróleo numa reunião na quarta-feira (03/04), disseram à Reuters cinco fontes da OPEP+.
Fonte: O Económico