Algarvios caíram para o lugar do play-off na última ronda e vizelenses são últimos; há cinco pontos a separar as duas equipas; derrota será mais prejudicial aos minhotos.
Com início às 15:30h, Portimonense e Vizela defrontam-se neste domingo no Portimão Estádio, em jogo da 24.ª jornada da Liga. Na ronda anterior os algarvios foram goleados (0-4) pelo Benfica no Estádio da Luz e caíram para o 16.º lugar. Pior está o Vizela, 18.º e último, a cinco pontos do Portimonense e que na ronda 23 empatou (3-3) em casa com o Estoril. Estes dados dão importância acrescida às duas equipas na batalha pela permanência: se vencer, o Portimonense asfixia ainda mais os minhotos, e estes ganham um balão de oxigénio se derrotarem os algarvios. Um empate deixa satisfeito o Chaves (17.º, que já jogou, perdeu e não via nenhum ganhar avanço maior) e o pelotão de equipas que segue a curta distância à frente da equipa algarvia. Não é um jogo de vida ou morte, porque ainda faltam 11 jornadas para o final do campeonato, mas poderá deixar moribundo o Vizela. O encontro terá como árbitro José Bessa (AF Porto), assistido por Andreia Sousa e Nuno Manso e no VAR/AVAR vão estar Manuel Mota e Nuno Eiras, ambos da AF Braga.
O equilíbrio tem pautado nos confrontos entre os dois clubes. O Portimonense venceu nas três primeiras vezes em que se defrontaram e no total de jogos – dezassete – em oito prevaleceu o empate, com o clube algarvio a ganhar cinco e o Vizela quatro. Na 1.ª liga realizaram-se sete encontros, com três triunfos dos algarvios, dois empates e duas vitórias dos minhotos. No Portimão Estádio, no total de confrontos (oito) o Vizela só venceu uma vez, na temporada passada, por 1-0, com um golo de Raphael Guzzo ao cair do pano (90+4). No seu recinto o Portimonense regista três vitórias – uma delas para a principal competição – e houve quatro empates. Nas últimas seis vezes em que as duas equipas se encontraram o Portimonense só ganhou por uma vez: foi já nesta época, no jogo da 1.ª volta, em Vizela. Em casa, a mais recente vitória dos algarvios remonta a 2016/2017, por 2-1, com dois golos de Lucas Possignolo. Alex Porto marcou para a equipa nortenha. O Vizela não perdeu (nem sofreu golos) nas duas últimas deslocações a Portimão.
Na 1.ª volta, disputada a 30 de setembro de 2023, o Portimonense foi vencer a Vizela por 3-2. Pelos algarvios marcaram Carlinhos (30 e 87, de grande penalidade) e Ronie Carrillo (45+1), com Samuel Essende (58) e Filipe Relvas (86, na própria baliza) a apontarem os golos dos vizelenses.
PORTIMONENSE
O Portimonense não ganha há quatro jogos e sofre golos há seis. Em casa, os algarvios não sentiram o sabor da vitória nos últimos três encontros e na ronda anterior foram goleados (0-4) pelo Benfica no Estádio da Luz, num jogo em voltaram a sofrer três golos de rajada, num espaço de quatro minutos, o que agravou a cotação da sua defesa: com 49 golos só é superada pela do Chaves (54, mas mais um jogo), como a mais batida do campeonato. Para o duelo com os vizelenses, Paulo Sérgio volta a contar com o trinco Lucas Ventura, que cumpriu um jogo de suspensão com o Benfica. Será um regresso direto ao onze de um jogador que «não é tão aprimorado tecnicamente naquilo que é o ter bola, mas é de uma utilidade na pressão na fase defensiva» como já referiu o treinador, que disse ainda que com essas caraterísticas, não tem mais nenhum no plantel. Em sentido inverso o avançado Tamble Monteiro, que saiu lesionado no confronto com o Benfica, vai ficar de fora, assim como o extremo Zinho, que se lesionou com gravidade no joelho esquerdo no treino desta sexta-feira, e já não vai jogar mais nesta época.
Sistema: 4x3x3
Equipa provável: Kosuke Nakamura; Guga, Alemão, Pedrão e Filipe Relvas; Dener, Lucas Ventura e Carlinhos; Jasper, Berto e Hélio Varela
Lesionados ou em dúvida: Tamble Monteiro e Zinho
Castigados: nada a registar
Paulo Sérgio, treinador do Portimonense: «Dá a sensação que ao sofrer um golo, vale tudo e perde-se a organização e o equilíbrio e não é a primeira vez que sofremos dois ou três golos de rajada por falta de concentração, de posicionamento, de maturidade. Insistimos muito nesse trabalho, nessa conversa, esperemos que tenha sido a última vez. O Vizela joga bem, tem belíssimos jogadores que conhecemos bem e está na luta como todos os outros. Para trabalhar este jogo, a última coisa que olhei foi para a classificação. Temos que olhar para as qualidades e elas estão lá. Todo o respeito pelo adversário, sabemos que vai ser uma tarde de muito trabalho. Tanto nós como eles necessitamos de pontos, vai ser uma batalha dura e temos que estar muito concentrados e competentes para atingir aquilo que pretendemos.»
VIZELA
Na liga, o Vizela só venceu um dos últimos 13 jogos que disputou, quando triunfou (0-1) em Barcelos, a 13 de fevereiro. Na última jornada empatou em casa com o Estoril (3-3), depois de ter estado a vencer por 2-0. Os números elevados de golos sofridos marcam a má fase no campeonato, com 24 encaixados (média de 3,43/jogo) nos últimos sete encontros. O ataque tem sido mais animador e fatura há quatro jogos consecutivos, muito por culpa de Samuel Essende. O extremo Matías Lacava está recuperado de uma contusão na perna direita e provavelmente estará à disposição do treinador Rubén de la Barrera. O extremo venezuelano não joga desde 11 de fevereiro, quando representou a seleção do seu país no Torneio Pré-Olímpico, e será um regresso saudado pelo treinador espanhol. Em recuperação de lesões musculares, Jason Lokilo (extremo) está mais próximo do regresso à competição – até poderá acontecer hoje… – do que o guarda-redes Ruberto.
Sistema: 3x4x3
Equipa provável: Buntic; Jota Gonçalves, Anderson Jesus e Lebedenko; Tomás Silva, Bruno Costa, Samu e Matheus Pereira; Domingos Quina, Samuel Essende e Sava Petrov
Lesionados ou em dúvida: Ruberto e Jason Lokilo
Castigados: nada a assinalar.
Rubén de la Barrera, treinador do Vizela: «Estamos num momento em que somos condenados a qualquer erro. Como podemos evitar isso? Jogando. Estarmos sempre conectados ao jogo. Colocar em prática o que treinamos todos os dias. Temos o repto de alcançar a permanência esta temporada. Claro que lutar por outros objetivos seria fantástico, mas a realidade é esta. E tudo faremos para salvar a nossa época. É um desafio enorme para cada um de nós lutarmos pela permanência, que seria, sem qualquer dúvida, um enorme êxito no final da época. Há muita gente que pensa que estamos mortos e nós temos que provar o contrário a todas essas pessoas que pensam que o Vizela está morto desportivamente.»
Fonte: A Bola