“Meu advogado me desaconselhou a sair do armário”

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A orientação sexual ainda é um tabu no mundo do futebol, embora aos poucos estejam surgindo jogadores que quebram barreiras e servem de inspiração para aqueles que não se atrevem. Um dos pioneiros neste século foi Thomas Hitzlsperger, meio-campista que foi vice-campeão da Eurocopa 2008 com a Alemanha.

Após uma carreira que terminou no Everton, prejudicada por lesões, Hitzlsperger decidiu se abrir para o mundo e declarou a sua homossexualidade em 8 de janeiro de 2014. O ex-jogador do Aston Villa, Stuttgart e Wolfsburg se tornou assim o primeiro jogador alemão a fazê-lo, mas segundo ele mesmo declarou, adoraria ter feito isso antes, quando ainda estava em atividade.

Devido documentário da Amazon Prime Video ´The Last Taboo´, que trata sobre esse tema, o ex-jogador de 41 anos foi entrevistado pelo ´Bild´. Entre suas palavras, ele deixa claro que sofreu pressões para não se abrir e que no futebol ainda há muito a ser feito: “Fala-se sobre isso, mas os jogadores não se identificam assim. É um tabu no campo e no vestiário, também porque na Alemanha não se conhece nenhum jogador de futebol homossexual ativo”.

Hitzlsperger teve um relacionamento longo com uma mulher e em junho de 2007, pouco antes de se casar, se separou. Mas ele sabia que, se revelasse a sua sexualidade, não teria o apoio de todos. ” Nem todos ao meu redor achavam que estava certo”, afirma. E em 2010, quando havia assinado com a Lazio, já sentia um forte impulso para tornar a sua orientação pública: “Eu não conseguia mais conter os meus sentimentos”.

Sua experiência pessoal é devastadora. Em 2012, sendo jogador do Wolfsburg, ele queria falar sobre sua condição sexual publicamente de uma vez por todas, mas foi reprimido. “Meu advogado me desaconselhou a sair do armário”, apontou Thomas Hitzlsperger, que também cita uma frase literal. “Sob nenhuma circunstância fale sobre isso!”, foi o que lhe foi dito ao perguntar se deveria se assumir.

Embora ele entenda que a sociedade de hoje é mais respeitosa do que há 10 ou 20 anos, o alemão insiste que entre as altas esferas deste esporte ainda não é bem visto: “Quando se trata dos atores principais, há um problema. Apenas sete profissionais homossexuais são conhecidos em todo o negócio. Sempre dizem quando o primeiro jogador ativo de uma das cinco grandes ligas sairá do armário”.

“Já existe um com Jakub Jankto”, lembra imediatamente Hitzlsperger, que tenta encorajar aqueles que têm dúvidas com a experiência do checo do Cagliari: “Ele tornou isso público uma vez e não teve que dizer mais nada sobre isso desde então. É quando você percebe que não tem que ser grande coisa”.

Fonte: Besoccer

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