O Governo italiano, através da sua Agência de Cooperação, comprometeu-se a desembolsar cerca de quatro milhões de euros (4,4 milhões de dólares americanos) para a implementação de um projecto destinado a impulsionar a actividade agrícola, nos próximos três anos, na província de Manica, no centro de Moçambique, bem como na província de Cabo Delgado, no norte do país.
O projecto, denominado Melhoria do Desenvolvimento Inclusivo e Sustentável das Cadeias de Valor Agrícolas (Mais Valor II), será implementado pela Agência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO).
Tem também como objectivo apoiar os esforços do governo para transformar estruturalmente o desenvolvimento da agro-indústria e das cadeias de valor em Manica e Cabo Delgado.
Para este efeito, foi assinado um memorando de entendimento entre o Ministério da Indústria e Comércio de Moçambique (MIC) e a ONUDI.
O acordo permite a troca de informações e a coordenação na realização de actividades de monitorização conjunta na implementação das actividades do projecto.
De acordo com o secretário permanente do Ministério, Jorge Jairoce, o projecto vai incidir na produção de frutas e legumes em Manica e de café em Cabo Delgado.
“Este projecto vai incidir na promoção do valor acrescentado dos produtos agrícolas e na melhoria do desempenho do agro-processamento de frutas e legumes, café e cereais”, disse.
Jairoce acredita que o terrorismo que tem assolado alguns distritos de Cabo Delgado não vai inviabilizar o programa.
“É preciso entender que nem toda a província de Cabo Delgado está numa situação militar crítica. Pensamos que este projecto ajudará a estabilizar a situação económica e social das pessoas que lá vivem”, disse.
“Há um potencial enorme na Ilha do Ibo do ponto de vista das condições naturais para a produção de café e isso tem que ser maximizado. Obviamente, o nível de produção será acompanhado por medidas de segurança que estão a ser implementadas em toda a província”, acrescentou.
Por seu turno, o representante da ONUDI em Moçambique, Jaime Muniz, disse que o programa vai contribuir para impulsionar o agro-processamento no país.
“Esperamos que com a formalização do Programa Mais Valor II, possamos contribuir para o agro-processamento e a capacitação das pequenas e médias empresas na área de frutas e hortaliças e café e encontrar formas criativas de fortalecer as oportunidades de emprego para os jovens”, disse.
A primeira fase do programa Mais Valor, “Mais Valor I”, esteve sob a tutela do Ministério da Agricultura e centrou-se na cultura do café em Cabo Delgado, sobretudo na Ilha do Ibo.
Desta vez, o Programa foi alargado à produção de frutas, legumes e café em Manica.
Fonte: O Económico