Revista Tempo

TotalEnergies espera retomar projecto até ao fim do ano

A multinacional petrolífera TotalEnergies assegurou a retoma da construção da planta de Afungi até ao fim do ano. A garantia é dada pelo presidente da petrolífera, que assegura que “não está longe de ter tudo pronto”.

O número um da TotalEnergies, Patrick Pouyanné, disse que espera recomeçar as obras de construção e exploração de gás natural em Cabo Delgado até ao fim do ano.

O responsável, citado pela Lusa, que respondia a uma pergunta sobre Moçambique, no final da apresentação dos resultados de 2023, disse que a firma francesa continua a monitorar a situação no terreno.

“A população civil já está de volta ao terreno, há normalidade, apesar de alguns incidentes relacionados com a situação em Gaza, que fez reactivar algumas células em muitos países… o que não quero que aconteça é decidir fazer voltar as pessoas e depois ter de as forçar a sair outra vez, isso seria muito complexo”, referiu o gestor da firma.

Pouyanné disse que há ainda “questões de engenharia” por resolver, mas espera “recomeçar” até ao fim do ano o projecto de construção de uma central para produção e exportação de gás natural na província de Cabo Delgado, no Norte de Moçambique.

Recorde-se que a construção da planta foi paralisada devido à insegurança na região, em Março de 2021, relacionada ao terrorismo. Contudo, de acordo com os responsáveis, o novo cenário não impede a retoma.

“Temos feito progressos com os fornecedores, com os diferentes empreiteiros, incluindo na parte dos custos. Eles ouviram a nossa mensagem, querem reactivar o projecto, e estamos agora na parte de reactivação do financiamento global, o que deve acontecer nos próximos meses”, disse.

Pouyanné disse ainda que a empresa “não está longe de ter tudo pronto” para recomeçar as obras para exploração de gás natural no Norte de Moçambique. Porém “a última parte é o refinanciamento do projecto, que foi suspenso, digamos, quando houve os eventos (de terrorismo que forçaram a suspensão do projeto)”, explicou.

Portanto, ainda não há datas concretas. O líder máximo da multinacional diz que é preciso reactivar as instituições financeiras em todo o mundo, e quando isso for feito, recomeçar o projecto.

Recorde-se que a data de retoma do projecto vem sendo prorrogada desde 2023, sendo que, no encerramento do ano passado, o que se previa era a retoma no início deste ano.

Os sucessivos adiamentos já suscitaram críticas por parte da sociedade civil, que chegou a acusar o projecto de ser “desonesto” e “desastroso”.

Pela perda de confiança, um grupo de 124 organizações não-governamentais (ONG) apresentou uma carta aberta aos financiadores da TotalEnergies, pedindo que não avancem com este “projecto desastroso”.

Moçambique tem três projectos de desenvolvimento aprovados para a exploração das reservas de gás natural da Bacia do Rovuma, classificadas entre as maiores do mundo, ao largo da costa de Cabo Delgado.

Dois desses projectos têm maior dimensão e prevêem canalizar o gás do fundo do mar para a terra, arrefecendo-o numa fábrica para depois exportar por via marítima em estado líquido.

O maior projecto é liderado pela TotalEnergies (consórcio da Área 1) e as obras avançaram até à suspensão por tempo indeterminado, após um ataque armado a Palma, em Março de 2021, altura em que a energética francesa declarou que só retomaria os trabalhos quando a zona fosse segura.

Fonte:O País

Exit mobile version