Uma iniciativa do Banco Mundial na Bahia recuperou 4 mil quilômetros de estradas em 13 anos de trabalho. O Programa de Recuperação e Manutenção de Rodovias da Bahia, PREMAR, teve duas fases: na primeira, de 2006 a 2014, cobriu 1 mil quilômetros. Na segunda, de 2016 a 2021, foram 3 mil quilômetros melhorados.
O espanhol Carlos Bellas, gerente do PREMAR, explica por que o programa foi importante para o estado.
Melhoria nos trajetos
“O projeto fez com que houvesse muitas rodovias melhoradas, que reduziram consideravelmente o tempo de viagem. Por exemplo, (o trajeto) de Juazeiro a Paulo Afonso, antes demorava um dia todo. Hoje em dia, são cinco horas de trajeto, bem mais simples e menos cansativo. Isso implica grandes vantagens de qualidade de vida para os moradores e para quem tem que fazer negócios naquelas áreas. E também teve grande importância na criação de novos empreendimentos agroalimentares, de mangas e outras frutas, naquele lugar.”
Outra melhoria ocorreu no trecho da BA-263 conhecido como Serra do Marçal. É um lugar conhecido pelas curvas fechadas e pelo desnível de mais de 400 metros ao longo de apenas 6 quilômetros. Em 2007, a rodovia precisou ser interditada por quase seis meses para que a recuperação fosse feita.
O engenheiro civil Anibal Coelho, que trabalhou nas duas fases do PREMAR, fala do impacto dessa obra: “O trânsito ficou complicado à época porque tivemos de fazer um grande desvio, mas deu certo”.
Mauricio Oliveira, gerente de um posto de gasolina no município de Itambé, se lembra bem dessa época. “Naquele tempo, tinha muita buraqueira no caminho daqui para Vitória da Conquista. Além das curvas, tinha que ficar desviando dos buracos”. Hoje, ele está satisfeito com o estado das pistas: “Está tudo OK.”
Ampliação do projeto
Garantir a boa manutenção das estradas foi um ponto importante do programa. Por meio do PREMAR 2, foram criados contratos de longo prazo, por desempenho. Ou seja, o pagamento às construtoras era feito somente se elas realizassem a manutenção prometida.
Uma iniciativa em preparação, chamada Pró-Rodovias, aprimora esse modelo, adotando contratos de manutenção mais longos. O objetivo do programa é dar à população da Bahia uma conectividade mais segura e preparada para os impactos das mudanças climáticas. Assim, os moradores do estado terão mais acesso a oportunidades.
Rodovias de outros estados podem ser contempladas pelo novo programa, como Espírito Santo, Rio Grande do Norte, Goiás, Tocantins, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e Piauí. E, além delas, estradas federais administradas pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, DNIT, no Nordeste.
Apresentação: Mariana Ceratti, do Banco Mundial Brasil
Fonte: ONU