Seis enfermeiras de saúde materno-infantil afectas ao Hospital Provincial da Matola foram constituídas arguidas por cobranças ilícitas a uma gestante. Segundo uma nota do Gabinete de Combate à Corrupção de Maputo, as indiciadas exigiram um valor de mil Meticais para que a gestante tivesse melhor atendimento durante a actividade de parto.
“O País” reportou, em Novembro do ano passado, um caso de uma cidadã que acusava as profissionais de saúde do Hospital Provincial da Matola de terem cobrado mil Meticais para que a ajudassem no parto. E porque não tinha o referido valor, a mulher não teve a devida assistência, acabando por perder o bebé. O Hospital Provincial da Matola negou, na altura, que tal tenha acontecido, tendo prometido investigar.
Esta quinta-feira, o Gabinete de Combate à Corrupção de Maputo emitiu uma nota em que diz que as seis enfermeiras foram constituídas arguidas em conexão com o caso.
Na referida nota, confirma que uma enfermeira cobrou mil Meticais à gestante com a promessa de lhe proporcionar melhor atendimento durante o parto.
“E por não ter disponibilizado o valor solicitado, a cidadã teria sido mal-atendida. Pelo facto, foi a referida funcionária acusada de crime de Corrupção passiva para acto lícito e remetido ao tribunal para os ulteriores termos processuais. Em relação às demais arguidas, o processo foi arquivado por não se ter provado que as mesmas teriam solicitado dinheiro à denunciante”, lê-se no documento.
O gabinete explica ainda que não ficou provado que a recém-nascida perdeu a vida em consequência do mau atendimento na maternidade.
A mesma nota do Gabinete do Combate à Corrupção indica ainda que foram constituídos arguidos 10 cidadãos, entre magistrados do tribunal do Ministério Público, Judicial e oito agentes do Serviço de Investigação Criminal.
Estes teriam ocultado a existência de droga na residência de um cidadão de nacionalidade tanzaniana detido, em Junho de 2021, por tráfico de estupefacientes.
Fonte:O País