Um adolescente foi baleado mortalmente na tarde de quarta-feira, no município de Marromeu, em Sofala, por um agente da PRM, em circunstâncias que a corporação ainda irá apurar com mais detalhes. O autor do crime foi detido.
É mais um caso que vai fazer correr muita tinta com populares a exigirem que se faça justiça. Na tarde de terça-feira, começaram a circular, nas redes sociais, vídeos amadores retratando o baleamento de uma pessoa, no município de Marromeu, por um agente da Polícia. Esta quarta-feira, o comando da PRM em Sofala convocou a imprensa para confirmar a morte e assumir que o autor do crime é um membro da Polícia. A corporação explicou que uma patrulha interpelou a vítima para, segundo disse, perceber as razões do seu comportamento, visivelmente alterado.
Segundo a PRM, seguiu-se a relutância e “desobediência” do menor, que terá tentado retirar uma arma AK-47 a um dos agentes.
“Neste confronto directo com os agentes, teria ocorrido um disparo forçado, o qual atingiu o cidadão, ocasionando a morte”, argumentou Dércio Chacate, porta-voz do comando provincial da Polícia da República de Moçambique (PRM) em Sofala.
A PRM garantiu ser o actor mais interessado, neste momento, em obter todos os detalhes em relação a este caso que chocou a comunidade em Marromeu.
“A PRM é o actor mais interessado neste processo e, por esta via, foi despachada uma equipa ao distrito de Marromeu para aferir todas as circunstâncias envolventes nesta acção criminal.”
A PRM diz que pelo menos dois agentes da Polícia moçambicana ficaram feridos e quatro pessoas foram detidas em tumultos ocorridos durante a repetição de eleições em Moçambique, no domingo.
No distrito de Gurúè, na Zambézia, foram registados tumultos entre populares e a Polícia, com as pessoas a arremessarem pedras contra os agentes, que, por sua vez, dispararam balas de borracha, gás lacrimogéneo e “balas reais” para dispersar os populares, ferindo uma pessoa, segundo dados avançados pela própria Polícia.
“Tanto em Gurúè, assim como em Marromeu, foram atiradas pedras [contra a Polícia]. Tivemos dois colegas feridos em Marromeu, que estão fora do perigo, mas ainda em tratamento”, disse Bernardino Rafael, no distrito de Palma, em Cabo Delgado”, frisou.
A Polícia disse que o baleamento não tem nenhuma relação com as manifestações da Renamo, tendo manifestado a sua solidariedade para com a família enlutada.
Fonte:O País