MADAGÁSCAR escolhe hoje o seu presidente entre o actual chefe de Estado, Andry Rajoelina, e doze candidatos que tudo fizeram para que as eleições não se realizassem, apelando a não participação dos 11 milhões de eleitores inscritos.
A oposição, quase integralmente reunida num colectivo de candidatos, tem vindo a convocar manifestações e marchas desde o início de Outubro contra Rajoelina, cuja candidatura os seus opositores dizem violar a Constituição e a Lei da Cidadania do país porque o chefe de Estado obteve a dupla nacionalidade em 2014.
A violência e uso excessivo da força contra a população com que as autoridades têm repelido os protestos suscitaram as preocupações da comunidade internacional, nomeadamente de oito países e organizações, incluindo os Estados Unidos da América (EUA), Alemanha, França, Japão e a União Europeia (UE), que na semana passada reiteraram a “profunda preocupação na sequência dos incidentes violentos”.
A questão da dupla nacionalidade de Rajoelina acendeu o rastilho dos protestos em Junho, quando a imprensa revelou que o chefe de Estado tinha exercido discretamente o direito à dupla nacionalidade francesa em 2014.
De acordo com a Lei da Cidadania de 1960, argumenta a oposição, Andry Rajoelina, ao reclamar o direito à nacionalidade francesa por ascendência directa, perdeu a nacionalidade malgaxe, pelo que não pode governar nem ser elegível para um segundo mandato.
Fonte:Jornal Notícias