Subiu para nove o número de vítimas mortais em consequência do desabamento de cerca de 400 casas causadas pelas fortes chuvas no Gurúè, província da Zambézia. Fontes governamentais indicam que 334 pessoas foram afectadas, registando-se, neste momento, um cenário desolador nos semblantes de quem acumulou prejuízos por conta das enxurradas dos últimos dois dias. A perda de familiares e amigos deixou chocados os residentes que foram surpreendidos com a queda de chuvas e ventos fortes.
“Nós estávamos em casa, por volta das 20h00. Jantámos e depois estendemos as nossas esteiras. De repente, a chuva começou a cair e o muro cedeu, afectando a nossa casa. Os meus filhos e minha irmã não escaparam com a queda do muro”, contou Natália Lourenço, uma das vítimas.
Por sua vez, Lourenço Leonardo disse que “eu estava na outra margem da machamba quando começou a chover muito, e os vizinhos ligaram a dizer que morreram pessoas.” A Secretária de Estado da Zambézia, Cristina Mafumo , deslocou-se a Gurúè para se inteirar da tragédia e solidarizar-se com as famílias. Mafumo orientou, na tarde desta quarta-feira, a reunião do centro operativo de emergência distrital.
“Queremos, também, aproveitar esta oportunidade que a imprensa nos dá para continuarmos a apelar às pessoas para que já estamos na época ciclónica-chuvosa 2023-2024 para se retirarem das zonas de risco. E, também, dizer que Gurúè e Gilé estão a registar um surto de diarreia. Queremos, uma vez mais, apelar à nossa população para olhar para questões de saneamento do meio, principalmente na lavagem das mãos e de géneros alimentícios antes da sua confecção”, apelou. As vítimas das enxurradas carecem de diversos apoios, bem como assistência psico-social.
Fonte:O País