“País perde grande campeã dos direitos humanos e os céus ganham uma estrela”

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O Director-Executivo do Fórum de Monitoria do Mecanismo de Revisão Periódica Universal dos Direitos Humanos da ONU em Moçambique (FMMRPU), Sousa Chele, que muito trabalhou e conviveu com Alice Mabota, desde 1997, destaca as qualidades humanas e de cidadã do mundo, bem como o seu contributo histórico na construção do Estado de Direito Democrático em Moçambique, alicerçado ao respeito pela dignidade humana, no primado da legalidade e na justiça social.

Chele considera que o país deve muito a Alice Mabota pelo seu contributo indelével na história da consolidação da sociedade pluralista e edificação do quadro-legal e institucional da República de Moçambique pós abertura democrática com a Constituição de 1990, não esquecendo a luta pela Paz. “Os feitos da mãe Alice serão sempre lembrados e guardados como verdadeiro tesouro do processo de edificação do Estado de Direito Democrático e de luta pela consolidação da Paz em Moçambique assente no respeito dos Direitos Humanos. A sua partida para a glória, junto do pai celestial, não constitui o fim do teu sonho porque os teus porta-standards junto do FMMRPU continuarão com a missão honrosa de carregar o facho, sem pretensiosismos, para que a sua memória e legado perdurem para todo o sempre, não olvidando a inspiração da criação deste Fórum que é um dos seus múltiplos legados em vida”, frisou o Diretor-Executivo do FMMRPU.

Com uma trajectória sem igual e incomparável na defesa dos Direitos Humanos, desde 1995, o legado de Alice Mabota é patente pelo surgimento massivo de campeões, activistas e paralegais na promoção da dignidade humana e na defesa dos valores democráticos e do Estado de Direito no país.

“Na verdade, não há lágrimas capazes de amainar o estado de espírito dos defensores dos Direitos Humanos e da Democracia que dela beberam e juntos trilharam o caminho da liberdade e da dignidade humana em Moçambique. Vezes sem conta, sua luta pela dignidade humana pressionou os Governos a aprovarem leis e aderirem a compromissos internacionais que garantissem a promoção dos direitos humanos em Moçambique. Aliás, Moçambique de hoje não seria o que é sem o sacrifício, a coragem, a determinação, a luta sem quartel, dedicação desta verdadeira mulher de coragem, cujo testemunho pode ser conferido pelos vários prémios internacionais com destaque para o Prémio Ordem Cavalanz conferido pela República Francesa, 1997, o prémio International Women of Courage, conferido pelo Departamento do Estado do governo dos Estados Unidos da América, não olvidando o facto de ter sido recebida pelo Papa Francisco, no Vaticano, em 2014, como resultado dos eu trabalho e contributo para o bem-estar humano”, avança o Director-Executivo do Fórum de Monitoria do Mecanismo de Revisão Periódica Universal dos Direitos Humanos da ONU em Moçambique, endereçando as mais sentidas condolências à família enlutada e todos aqueles que directa ou indiretamente privaram com Alice Mabota.

Fonte:O País

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