Há 146 professores sem salários faz 10 meses na Beira

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Cerca de uma centena e meia de professores do ensino primário, contratados no ano passado, estão sem salários desde que começaram a trabalhar em Janeiro deste ano. Da Educação, eles recebem informações que o atraso salarial está relacionado com a Tabela Salarial Única (TSU).

No mês de Setembro de 2021, 156 professores do ensino primário foram admitidos para o Sistema Nacional de Educação, na base de um concurso público. Os referidos profissionais do ensino iniciaram as suas actividades em diversas escolas da cidade da Beira, na província de Sofala, só em Janeiro deste ano. “Até então, encontramo-nos sem os nossos respectivos ordenados”, disse o primeiro professor entrevistado.

“Colocaram-me numa escola muito longe de casa. Então, eu e a minha família temos passado por dficuldades”, por causa do atraso do salário”, disse uma das professoras.

“Alguns de nós vêm de outras províncias. Aqui, em Sofala, temos de pagar renda e transporte”, disse mais um professor. 

Os 146 têm estado a pedir explicações ao sector da educação e a justificação é que “o que nos é dito é que têm enfrentado dificuldades relacionados ao cadastro, por conta da situação da mudança de sistema, da tabela anterior para a Tabela Salarial Única (TSU)”.

Para os professores recorrerem à TSU para não pagar os seus ordenados há dez meses não faz sentido. “O que estamos a pedir é que as entidades que têm a prerrogativa de resolver a nossa situação nos escutem. Somos professores. Temos vontade de trabalhar, mas, para todo o trabalho, existe algum estímulo”.

Os professores mantiveram um encontro nesta segunda-feira com o administrador do distrito da Beira, gestores do sector de educação e o sector das Finanças para discutir os atrasos salariais.

“Do encontro que tivemos, temos ouvido sempre a mesma música, podemos dizer assim, que estão a trabalhar no assunto, mas não há congruência no que dizem. Parece que não nos estão a levar a sério.”

Os gestores da educação recusaram abordar o assunto à imprensa e os professores terminaram, afirmando que, apesar de estarem agastados, continuarão a dar aulas à espera dos seus ordenados, para não prejudicarem os alunos.

Fonte:O País

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