Sucessão de Jacob Zuma: Mantashe diz ter se recusado ser par de Ramaphosa

O SECRETÁRIO-GERAL do ANC, Gwede Mantashe, revelou que ele recusou o convite de lobistas que o queriam como vice-presidente do candidato à presidência do partido Cyril Ramaphosa.

Mantashe falava a centenas de membros do Congresso Nacional Africano (ANC) em Humansdorp, no Cabo Oriental, onde proferiu uma palestra em memória Oliver Tambo, antigo líder da organização agora no poder na África do Sul.

“Disse-lhes que não podia por duas razões. Porque a expectativa para o ANC em 2017 é que Ramaphosa tenha uma mulher como vice-presidente. O ANC não aceita [uma] presidência somente de homens”, disse Gwede Mantashe, continuando:

“Em segundo lugar, Ramaphosa e eu estávamos juntos na NUM [União Nacional de Trabalhadores de Minas]. Pode pensar que as pessoas não se importam com isso, mas não é verdade”.

A eleição do sucessor de Jacob Zuma na presidência do ANC e eventual próximo Chefe do Estado sul-africano está prevista para Dezembro próximo e embora as candidaturas sejam abertas em Setembro, há meses que algumas figuras do partido estão na estrada a procura de apoios para disputarem o cargo.

COMPRA DE VOTOS

Além de Cyril Ramaphosa, actual vice-presidente, são pré-candidatos Nkosazana Dlamine-Zuma, Mathews Phosa, Jeff Radebe, Lindiwe Sisulu, entre outros. De todos, os dois primeiros são os favoritos.

Entretanto, Lindiwe Sisulu disse que aos bons líderes é lhes negada a oportunidade de liderar o ANC devido à compra de votos e ao faccionismo dentro do partido.

“Devemos lutar contra essa prática que tem invadido o nosso movimento. As pessoas são subornadas para votar num candidato ou noutro e, portanto, nega a oportunidade de se escolher o melhor de entre nós (…) Membros do ANC, devemos nos recusar a pertencer a facções. Se não fizermos isso, perderemos esta óptima organização de Oliver Tambo (…) “, disse Sisulu.