A polícia afegã descobriu valas comuns com os corpos de ao menos 36 vítimas de um ataque recente de militantes a uma vila, disseram autoridades nesta quarta-feira.
Uma das valas localizadas em Sar-e Pul, província do norte do país, continha 28 corpos, e outra continha oito, disse o porta-voz do governo provincial, Zabihullah Amani.
“A maioria das vítimas foi decapitada”, disse, notando que todas eram homens, exceto por três garotos que tinham entre oito e 15 anos de idade.
Uma terceira vala comum foi encontrada, mas em uma área controlada pelo Taliban, e forças de segurança estavam buscando outras valas coletivas, informou Amani. Também nesta quarta-feira moradores enterraram várias vítimas do ataque.
Pelo menos 62 pessoas tiveram suas mortes confirmadas no atentado ao vilarejo de Mirza Olang na semana passada, e o número deve aumentar, de acordo com o escritório do governo de Sar-e Pul.
A Comissão Independente de Direitos Humanos do Afeganistão disse que uma investigação preliminar levou a crer que militantes do Taliban e do Estado Islâmico, que normalmente são inimigos figadais, agiram juntos. Isso foi negado pelo Taliban, que disse ter realizado a ação sozinho e que não matou nenhum civil.
O Estado Islâmico emitiu um comunicado na segunda-feira alegando que liderou o ataque e matou ao menos 54 muçulmanos xiitas, um grupo minoritário no Afeganistão que já foi alvo da facção radical muitas vezes.
Os moradores da vila que escaparam disseram aos repórteres que viram combatentes portando tanto a bandeira branca do Taliban quanto a bandeira negra do Estado Islâmico.
Numa região na qual bandos de combatentes muitas vezes se alternam entre grupos militantes diferentes, pode ser difícil determinar alianças com alguma certeza.