Governo quer transformar agricultores de subsistência em agricultores de negócios
Produzir para comer, sim. Mas, sobretudo, produzir para vender e fazer negócios. Esta foi a tónica da intervenção do ministro da Agricultura e Segurança Alimentar, José Pacheco, na recente visita a alguns distritos da província de Maputo, nomeadamente Matola, Namaacha, Moamba e Magude. A priorização da agricultura pelo Governo tem por objectivo transformar os agricultores de subsistência em agricultores de negócio, por isso, o Governo desenvolve todo o movimento de colocar sementes e outros meios de produção em quantidade e qualidade para os produtores, ao mesmo tempo que promove provedores de serviços a estarem presentes nos locais de produção e, desta feita, terem facilidades de acesso aos insumos (meios de produção). É, também, neste contexto que o Executivo estabelece parcerias com o sector privado, com vista ao estabelecimento de centros de serviços que têm a componente de parque de máquinas para a preparação de terras, aliado ao investimento em estufas, a fim de que a produção seja possível durante todo o ano, independentemente das condições climáticas. “Vamos trabalhar como máquinas numa fábrica. Só que esta é uma fábrica de produção de comida, que, com este investimento, vamos poder trabalhar sempre e ganhar dinheiro todos os dias. Não podemos ter mato. Temos de acabar com o mato. Onde é preciso preservar o mato, vamos preservar por questões ambientais, mas onde investimos para produzir, vamos produzir a sério”, apelou o ministro aos produtores. Ao longo daqueles dias, Pacheco visitou vários projectos de produção de grande escala, graças a investimentos individuais dos respectivos empreendimentos. Vários daqueles projectos fazem acreditar que há condições para assegurar auto-suficiência na produção de hortícolas. Em Magude, um investidor sul-africano possui grandes plantações da papaia. Explora uma área de 100 hectares, dos 400 de que dispõe. Desenvolve uma técnica que permite que cada papaeira dê até 20 frutas de qualidade certificada internacionalmente. Exporta para a África do Sul e para outros mercados da Europa. No último dia, o ministro juntou criadores do gado para auscultar o grau de realização das suas actividades e os principais obstáculos que enfrentam. Estes queixaram-se do recrudescimento dos casos de roubo, principalmente. Outras questões têm que ver com a fraca disponibilidade da água para o gado. Por todos os pontos onde passou, José Pacheco ouviu as preocupações dos agricultores e parte das suas preocupações e respostas estão no esquema ao lado.
Fonte: O Pais -Economia