“Investiga Lava Jacto” – Se o sr. pudesse aconselhar os seus congéneres em Moçam…

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[ad_1] “Investiga Lava Jacto” – Se o sr. pudesse aconselhar os seus congéneres em Moçambique, um país que também é muito afectado pela corrupção até o topo, o que o sr. diria? Que conselho o sr. daria aos moçambicanos?

Sérgio Moro – Esse relativo sucesso no Brasil do enfrentamento da corrupção é algo relativamente recente, eu vejo isso como um desdobramento natural da democracia brasileira. Nós tivemos problemas no passado graves, envolvendo as nossas liberdades e a nossa democracia, e a partir da restauração democrática nós temos condições de fortalecer as nossas instituições parte desse fortalecimento passa por aquilo que a gente chama de Estado de Direito e isso envolve também a necessidade de que as pessoas respondam, independentemente do seu poder, económico ou político, respondam pelos seus actos quando praticam crimes. Precisa realmente ter uma justiça imparcial e que aplique a lei mesmo contrária a interesses poderosos e a interesses especiais, mas isso é relativamente recente no Brasil.

Não estou a dizer que isso começou com a Lava Jacto, pelo contrário mas a Lava Jacto faz parte desse processo de amadurecimento. Não obstante, no passado quando a impunidade, pelo menos desses crimes era regra, isso também gerava um sentimento das pessoas de descrédito na democracia e isso afectava as pessoas em geral mas também aquelas que estão envolvidas por exemplo no processo judicial, polícias, procuradores e juízes. E tal vez o caso recente do Brasil indique que é um quadro que é passível de mudar, então acho que não se deve se perder as esperanças e passar a acreditar que a corrupção é um dado da natureza, é algo inevitável, é algo que não possa ser enfrentado.

O Brasil tem dado passos firmes no enfrentamento da corrupção, claro que essas revelações são tristes, claro que essas revelações nos aborrecem, mas esse é o procedimento de cura a meu ver. Não que o enfrentamento da corrupção as custas da Justiça por si só vai resolver esses problema, mas é um sintoma positivo. E não é só o caso do Brasil, tem outros casos no mundo de países que saíram de um quadro de corrupção sistémica e passaram paulatinamente a melhorar no que se refere ao enfrentamento da corrupção. Tem o caso famoso sempre citado de Hong Kong, existe o caso da Geórgia, outrora considerado um país quase governado por gangsters mas que deu passos significativos, a Croácia, vemos esses movimentos mais recentes na Roménia.

Então tudo isso significa que é possível mudar, então a primeira questão que eu colocaria para qualquer pessoa, que eventualmente vive num país em que parece dominado pela corrupção, eu não estou falando que esse é o caso só no geral, é nunca perder as esperanças e ter presente que com a acção as instituições podem reagir, não é uma doença natural esses esquemas de corrupção sistémica.

http://www.verdade.co.mz/tema-de-fundo/35/62947


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