A reabilitação da estrada nacional número 6 (EN6), que liga o vizinho Zimpabwe ao Porto da Beira, num investimento estimado em 410 milhões de dólares norte-americanos, é uma das evidências da aposta na facilitação da circulação de pessoas e bens nos países da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC).
Esta semana, ministros responsáveis pelos Corredores de transportes a nível da SADC reuniram-se na cidade da Beira, em Sofala, do que resultou a concertação de passos visando alavancar as rotas de ligação entre os países, como estratégia para acelerar a integração económica regional, considerada prioridade em África.
Ligado a esse objectivo, foram rubricadops dois memorandos para a viabilizar projectos de edificação de infraestruturas.
Phera Ramoel, membro do Secretatriado da SADC, um dos oradores do evento, elogiou Moçambique por ser catalisador do futuro mercado global, apontando como exemplo o seu empenho na dinamização dos corredores.
Sobre isto, o ministro dos Transportes e Comunicações, Carlos Mesquita, disse que Moçambique tem consciência de que os Corredores de Desenvolvimento são um pré-requisito para a integração regional e do papel que tem na dinamização dessas infra-estruturas.
“Moçambique, em coordenação com os seus parceiros de cooperação, está a implementar acções visando a revitalização dos Corredores de Maputo, Beira e Nacala, ao mesmo tempo que está a projectar o estabelecimento de mais a nível regional e nacional”, explicou Mesquita.
Carlos Mesquita referiu-se aos investimentos efectuados no Corredor de Maputo, com a aplicação de 90 milhões de dólares norte-americanos para a dragagem do canal de acesso ao Porto, cuja profundidade do canal passou de 11 para 14 metros.
Tal investimento, segundo explicou, colocou Maputo no mapa regional e global dos portos com capacidade para receber navios de grande capacidade, havendo perspectiva que o mesmo passe a manusear cerca de 40 milhões de toneladas anuais, até 2040.
Falou ainda da implementação de um pacote de cerca de 120 milhões de dólares americanos para a aquisição de equipamento rolante e melhoria da linha férrea de Ressano Garcia, uma infraestrutura indispensável para a dinamização do Corredor de Maputo.
Já sobre o corredor da Beira, cujos desafios foram abordados com profundidade no encontro, o ministro Carlos Mesquita afirmou que Moçambique está determinado a criar condições para facilitar a circulação de pessoas e bens.
O titular do pelouro do Transporte e Comunicações disse estar a decorrer levantamentos para o aumento de capacidade da linha férrea de Machipanda, outra infraestrutura de capital importância para o aumento de eficiência e competitividade do Corredor da Beira.
“Nacala é um dos corredores que congrega o Corredor Logístico do Norte, que foi inaugurado este ano. Esta importante infraestrutura teve um investimento de mais de quatro mil milhões de dólares norte-americanos para a linha férrea Tete/ Nacala – à – velha, via Malawi, o porto, ao mesmo tempo que decorrem preparativos para o arranque, ainda este ano, da segunda fase da reabilitação do Porto comercial de Nacala”, disse.
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Liderança iluminada
O membro da coordenação da Nova Parceria para o Desenvolvimento da África (NEPAD), John Tambi, presente na reunião de Sofala, disse que ao embarcar no espírito de partilha para o desenvolvimento, a liderança africana demonstra uma vontade de elevar a economia dos seus países para o “mais alto patamar”.
Para John Tambi, a assinatura dos memorandos testemunha a liderança iluminada na SADC com vista a melhorar a situação económica, não só da região, como também do continente como um todo.
Segundo Tambi, a NEPAD é uma visão para a renovação do continente Africano, baseada no entendimento compartilhado com vista a erradicar a pobreza e posicionar os países da África no caminho do crescimento económico do desenvolvimento sustentável.
John Tambi também que a sua instituição continua a trabalhar em todas vertentes para transformar a África
Fonte:http://www.jornalnoticias.co.mz/index.php/economia/69914-comunidade-de-desenvolvimento-da-africa-austral-redimensionar-transportes-para-dinamizar-integracao.html