Para solução dos problemas do país: Jovens devem posicionar-se com propostas concretas

OS jovens devem começar a posicionar-se como pessoas capazes de contribuir para a solução dos problemas sociais, políticos e económicos que o país está a atravessar, devendo, para isso, recorrer à inteligência para buscar respostas.

A ideia foi defendida ontem em Maputo pelo Reverendo Marcos Macamo, secretário-geral do Conselho Cristão de Moçambique (CCM), numa mesa-redonda sobre a paz e reconciliação promovida pelo Parlamento Juvenil (PJ), sob o lema “Desafios na construção da agenda nacional”.

Marcos Macamo disse que os jovens precisam contextualizar o momento em que vivem e assumir que são eles que devem promover a inovação e serem potenciais impulsionadores do desenvolvimento.

Afirmou que, em cada geração, a juventude sempre assumiu o seu papel e, exemplo disso, é que,  mesmo na Luta de Libertação Nacional, jovens e mulheres estiveram envolvidos nos combates, no transporte de armamento, alimentos e outros materiais.

“Os jovens e as mulheres são grupos sociais que estão em todos os processos da história do país, e não pode ser desta vez que se vão querer excluir”, disse o secretário-geral do Conselho Cristão de Moçambique, acrescentando que os jovens devem ser proactivos e contribuírem para a pacificação do país.

Afirmou, entretanto, que a geração mais velha também precisa ajudar os jovens a identificarem as suas capacidades, não transportando conflitos do passado para a juventude actual.

“Os conflitos ou casos malparados de uma determinada geração de pessoas não podem ser transportadas para a actualidade ou para pessoas que desconhecem a sua origem, porque os jovens de hoje precisam ter outras prioridades, como é o caso do desenvolvimento do país”, apelou.   

Nzira de Deus, representante do Fórum Mulher, concordou com a necessidade de os jovens identificarem mecanismos para solucionar os problemas que o país atravessa, apontando a inteligência e a criatividade como algumas opções.

No seu entender, é legítima a reivindicação dos libertadores da pátria porque lutaram pela independência do país, que era o problema da época.

“Na altura, a solução era pegar em armas e lutar pela liberdade, mas hoje, numa época moderna, os jovens precisam usar a inteligência para solucionar os seus problemas”, disse.

Sobre a participação das mulheres na busca de soluções para os problemas do país, sobretudo na pacificação, Nzira de Deus afirmou que, desde 2013, o Fórum Mulher tem lutado para o envolvimento das mulheres no diálogo.

“Não porque trazem uma solução imediata ou uma varinha mágica, mas pela capacidade de reconciliação das mulheres e pelo dom de compreensão que elas possuem. A mulher pode contribuir para a identificação de uma solução definitiva”, defendeu.

Na abertura do evento, o presidente do Parlamento Juvenil, Salomão Muchanga, explicou que estas iniciativas visam buscar o contributo dos jovens para a identificação de soluções para os problemas do país e demonstrar que a juventude está interessada no seu envolvimento em todos os processos relacionados com a pacificação.