Açucareira de Xinavane reduziu produção de açúcar devido à seca que assolou a zona sul
A Açucareira de Xinavane, na Manhiça, a cerca de 80 quilómetros da capital do país, tem capacidade para produzir 250 mil toneladas de açúcar castanho. Por causa da seca que assolou a zona sul do país, em 2016, a fábrica produziu 148 mil toneladas, depois de ter produzido 217 mil toneladas de açúcar castanho há três anos. A informação foi revelada, ontem, em Xinavane, pelo administrador delegado da Tongaat Hulett Moçambique, Rosário Cumbi. Segundo o gestor, este ano, a companhia vai produzir 170 mil toneladas. Cerca de 60% da produção será exportada e o resto será vendido no mercado interno. Rosário Cumbi explica que a violenta desvalorização do metical (face ao dólar, rand e euro) obrigou a empresa a aumentar o preço do açúcar. O administrador diz que grande parte dos factores de produção usados na indústria são importados. “Em todos os países, o açúcar é comercializado de uma forma distorcida. Vais à União Europeia, vais ao Brasil, vaia à Tailândia, o açúcar que nós vemos desses países a vir para aqui, eles fazem o dumping, ou seja, aquilo que eles já não precisam lá, que é o excesso, é posto no mundo a qualquer preço, portanto, eles exportam o desemprego”, disse Cumbi. Quanto ao processo produtivo, Rosário Cumbi explica que 8.5 toneladas de cana-de-açúcar são usadas para produzir uma tonelada de açúcar. “A açucareira de Xinavane vai produzir, este ano, 1 440 mil toneladas de cana-de-açúcar, para produzir as 170 a 175 mil toneladas de açúcar“, refere o administrador delegado da Tongaat Hulett Moçambique. Em termos globais, explica Rosário Cumbi, o país vai produzir, este ano, cerca de 430 mil toneladas de açúcar, o equivalente a cerca de cinco milhões de toneladas de cana-de-açúcar. Para além de açúcar, o distrito da Manhiça produz raízes e tubérculos, disse ontem a administradora. “Na última campanha, conseguimos produzir como excedente cerca de 685 mil toneladas de batata-doce e tubérculos. Elegemos como bandeira do distrito a produção de raízes e tubérculos“, revelou a administradora da Manhiça, durante o seu discurso, do âmbito do lançamento da primeira pedra da refinaria de açúcar branco em Xinavane. Participaram no evento a vice-ministra da Agricultura e Segurança Alimentar, o governador da província de Maputo, embaixador de Moçambique na África do Sul e o diplomata sul-africano em Moçambique, o edil da Manhiça, autoridades locais e a população de Xinavane.
Fonte: O Pais -Economia