Líder da ONU pede fim da violência contra civis três anos após golpe em Mianmar

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Este 1º de fevereiro marca três anos após o derrube do governo democraticamente eleito em Mianmar. Na ação foram detidos vários líderes, incluindo a então conselheira de Estado, Aung San Suu Kyi.

Para o secretário-geral da ONU, António Guterres, a crise em Mianmar continua piorando e seu efeito é arrasador sobre os civis. Na passagem do terceiro aniversário do golpe, o líder das Nações Unidas enfatiza a urgência de se abrir uma via  para uma transição democrática com um retorno ao regime civil.

Proteção dos civis e fim dos confrontos

Em nota emitida pelo seu porta-voz, em Nova Iorque, Guterres condena todas as formas de violência e faz um apelo em favor da proteção dos civis e do fim dos confrontos.

O chefe da ONU defende ainda que uma solução equilibrada para a crise birmanesa requer condições que permitam ao povo exercer os seus direitos humanos de forma livre e pacífica. 

Birmaneses se arriscam em viagens perigosas em números crescentes buscando segurança, direitos básicos e dignidade
© Ocha/Vincent Tremeau

Birmaneses se arriscam em viagens perigosas em números crescentes buscando segurança, direitos básicos e dignidade

A mensagem pede o fim da campanha militar de violência contra civis e da repressão política, ressaltando que seus autores ​​devem ser responsabilizados.

Para o secretário-geral, outra razão de preocupação é a “intenção declarada dos militares de avançar para eleições num contexto de intensificação de conflitos e violações dos direitos humanos em todo o país”.

Ação coletiva coerente

Estima-se que 18,6 milhões de pessoas em Mianmar, ou um terço da população do país, precisem urgentemente de assistência humanitária. O total era de 1 milhão antes da tomada do poder pelos militares há três anos. 

Guterres disse que também é preciso desimpedir o acesso do auxílio da  ONU e seus parceiros.

A nota pede ainda que a atenção internacional e regional seja sustentada e pede uma ação coletiva coerente em apoio ao povo de Mianmar. 

Guterres promete continuar o empenho com todas as partes interessadas, incluindo os países da Associação das Nações do Sudeste Asiático, Asean,  e outros atores regionais para ajudar a garantir uma paz sustentável e inclusiva em Mianmar. 

Viagens perigosas em altos números

Guterres expressou solidariedade ao povo de Mianmar ao desejar uma sociedade inclusiva, pacífica e justa. A mensagem sublinha que é preciso garantir a proteção de todas as comunidades, incluindo os rohingya, que se arriscam viagens perigosas em números crescentes em busca de segurança, direitos básicos e sua dignidade.

O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Turk, também emitiu uma declaração emitida pela data descrevendo a piora da situação em Mianmar como estando agora em “queda livre”.

Ele destacou o grande sofrimento do povo que se estende por muito tempo, ressaltando que desde o final de outubro passado a situação deteriorou-se ainda mais devido a “tácticas  de ataque há muito estabelecidas dos militares”.

Fonte: ONU

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