Jovens desafiados a aderirem aos contraceptivos

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OS jovens de ambos os sexos devem aderir maciçamente aos métodos contraceptivos para reduzir os índices de desistência escolar da rapariga, principalmente e, por outro lado, evitar doenças sexualmente transmissíveis.

A recomendação foi feita ontem, na capital provincial do Niassa, Lichinga, pelo Fundo das Nações Unidas para a População, durante as celebrações centrais do Dia Mundial da População, cujo lema foi “Promover o Planeamento Familiar: Empoderando as Mulheres e Raparigas para Desenvolver Moçambique”.

Na ocasião, Gilberto Mariano Norte, gestor de programas da UNFPA, lançou o desafio aos jovens de ambos os sexos no sentido de usarem contraceptivos modernos e revelou que em Moçambique o uso de contraceptivos cresceu de 11,3 por cento, em 2011, para 25,3, uma acção que, segundo ele, é acompanhada pelos benefícios no controlo económico e social dos moçambicanos.

Referiu que as vantagens do envolvimento de jovens e mulheres no planeamento permite reduzir as gravidezes indesejáveis, abortos, fístulas obstétricas, mortes materno-infantis, situação que garante o adiando de nascimentos e espaçamento entre as gravidezes.

Para aquele funcionário das Nações Unidas, o alcance do desenvolvimento sustentável para 2020, dos objectivos da Agenda 2063 da União Africana, dependerá, em grande medida, do sucesso das acções visando garantir a saúde e direitos sexuais e reprodutivos da mulher e rapariga.

“Uma planificação adequada depende do tamanho da família, contribui para a melhoria da poupança e alocação de recursos para o bem-estar”, frisou Gilberto Norte, instando a todos a dar o seu contributo na redução de assimetrias entre as áreas rurais e urbanas.

Por seu turno, o governador do Niassa, Arlindo Chilundo, que presidiu às cerimónias centrais da data, disse que deve ser vista não só como uma data festiva mas também de reflexão sobre as principais dinâmicas que cada moçambicano contribui diariamente para o envolvimento da mulher e rapariga no processo da sua educação sanitária para uma melhor planificação económica e social dos cidadãos.

Chilundo explicou a pertinência do planeamento desde a redução das gravidezes precoces, passando por evitar a contaminação de doenças sexualmente contagiosas até à planificação do modelo demográfico que se pretende no país.

O governador do Niassa deu a conhecer, na ocasião, que em toda a província apenas 119.694 das 428.815 mulheres utilizam anticonceptivos, o que significa que apenas 27,9 por cento de mulheres em idade fértil está envolvida no planeamento familiar. 

Acrescentou que a mulher não deve olhar para o casamento como alternativa ao sofrimento, lembrando que ele deve ser acompanhado por valores morais, idade, amor, entre outros condimentos que só uma mulher preparada pode oferecer a um lar.

De referir que a cerimónia das celebrações do Dia Mundial da População foi caracterizada por um amplo movimento cultural, nomeadamente actuação de músicos locais, feiras de saúde, para além da realização de várias actividades desportivas.

Enquanto isso, à margem das cerimónias centrais, Sofia Mussa, residente na cidade de Lichinga, disse, em conversa com a nossa Reportagem, que a tarefa do planeamento familiar não deve ser vista como uma responsabilidade apenas para a mulher, chamando à atenção dos homens para também se envolverem afincadamente nesta actividade, que contribui para a redução de doenças nas comunidades moçambicanas, e não só. 

Mesmo assim, segundo Chilundo, o número de mulheres que não estão cobertas de métodos modernos de anticonceptivos situa-se acima dos 20 por cento, estando na casa dos 15 e 19 anos de idade.

 

 

 

Fonte:http://www.jornalnoticias.co.mz/index.php/sociedade/69363-jovens-desafiados-a-aderirem-aos-contraceptivos.html

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